Dunga era o legítimo treinador errado no lugar errado. Quando Felipão fracassou na Copa do Mundo do Brasil de 2014, o país inteiro pedia Tite.
Sempre na contramão do mundo e da ética, a CBF chamou Dunga em agosto de 2014 e errou de alvo e de gaúcho. Culpa de Gilmar Rinaldi. O homem de total confiança do paulista Marco Polo Del Nero, que comandava todas as seleções da entidade, Rinaldi, ex-empresário de futebol, garantiu que Dunga poderia levar o futebol brasileiro de volta ao seu melhor caminho. Errou. Del Nero confiou no gestor errado e apostou no técnico mais errado ainda.
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A boa notícia é que Dunga e Rinaldi estão fora do jogo. A ótima é que Tite foi convidado. A gestão de Dunga foi um fracasso total. Com o zangado treinador, a Seleção alcançou 18 vitórias, cinco empates e três derrotas em 26 jogos. Os números, porém, mentem, No futebol, a matemática não tem valor absoluto. Em jogos oficiais, Dunga só venceu Venezuela (duas vezes), Peru (duas vezes) e o Haiti.
A CBF age certo na dispensa, na renovação e abre uma porta ao futuro. Tite é um treinador com serviços prestados ao futebol, ao contrário do antecessor. Seus títulos provam. Tite é um estudioso, está atento ao futebol contemporâneo e tem o respeito da classe, da imprensa e da torcida.
O ex-técnico da dupla Gre-Nal sabe montar um time, fazer uma equipe jogar e trabalha em torno de ideais claras. Garante o comprometimento dos jogadores. É um dos poucos que têm o poder de levar de volta a Seleção ao centro do peito do torcedor brasileiro. Não é, porém, um milagreiro. Precisará de tempo e trabalho. Dunga teve tempo.
A má notícia que brota do famigerado edifício da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio, é que Del Nero continuará como o número 1 do futebol brasileiro.
*ZHESPORTES