A comparação acima é inevitável nesta nossa rivalidade, que provoca até disputa por cor no cordão da calçada. Mas comparar Rodrigo Dourado com Walace, me permitam dizer, é um equívoco. Embora seja compreensível, porque são dois jogadores muito parecidos. Mas diferentes.
A semelhança entre eles se explica pelas características. Dourado é um primeiro volante com tanta qualidade que ela o permite atuar como segundo do meio-campo. Walace é um segundo volante de tanta qualidade que ela sobra e o permite atuar como primeiro. Ou seja, os dois não disputariam posição em um time. E uma dupla formada por eles dexaria qualquer treinador com um banquete no meio-campo.
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Sobre a pergunta acima, fica difícil de comparar dois jogadores de posições diferentes. Dourado é dono de virtudes de um primeiro volante de alta qualidade: sabe sair jogando, tem bom desarme, é eficiente pelo alto e domina a frente da área. Walace, que despontou como primeiro volante na Era Felipão, tem força na marcação (aprendeu a dosar sua força), sabe se descolar e entrar na área e tem potência no arremate, tanto que é usado no rebote por Roger.
O momento de Dourado é melhor. Fez dois jogos desde que voltou, um deles, contra o Atlético-MG, de alto padrão. Walace, desde a queda para o Rosario na Libertadores, caiu de rendimento. Esteve com Dunga na Copa América, é verdade, mas está longe da performance dos primeiros quatro meses do ano. Chegou a ser comparado com Pogba - e talvez isso seja uma das razões para sua queda.
*ZHESPORTES