Mineirinho começou o ano de 2016 diferente. Além de campeão do mundo, título que buscou por 10 anos, o surfista tem orgulho de ressaltar que é agora um homem casado - a cerimônia de união com a modelo Patricia Eike ocorreu em janeiro, em Florianópolis. Mas, ao início do campeonato, nem tudo teve o desfecho esperado. Com a agenda cheia pelos compromissos que o título mundial lhe trouxe, Adriano de Souza não conseguiu ter um bom começo na temporada.
Na perna australiana, ficou em quinto na Gold Coast e em 13º em Bells Beach e Margaret River. No Rio de Janeiro, melhorou: chegou à semifinal, perdeu para o campeão da etapa John John Florence e ficou com a terceira colocação. Atualmente, é sexto no ranking - o que, para um exigente como ele, ainda está longe do ideal.
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Após surfar no Brasil, Mineirinho chegou a dizer que se via fora da briga pelo título de 2016. Porém, uma vitória em Fiji pode recolocá-lo no rastro do caneco. A quinta etapa começa no dia 5 (sábado, 4, pelo horário de Brasília).
Confira a entrevista na íntegra:
Você se sente mais leve ou aliviado por ter conquistado o seu primeiro título, que tanto buscou na carreira?
Com certeza as duas coisas. Essa é a meta máxima de quem está no tour. Enquanto alguns demoraram poucos anos, eu levei 10, mas o importante é que consegui escrever meu nome na lista dos campeões mundiais. E, caso der, escrever mais vezes.
Seu melhor resultado esse ano foi chegar à semifinal na etapa do Rio. Por que você acha que não teve um bom começo? Pesou a conquista de 2015, ou talvez o fato de você ter muitos compromissos como campeão?
Some isso aos imprevistos e azares que as competições podem trazer. Não surfei mal na Austrália, mas acabei caindo assim como outros grandes nomes por coisas de momento, como uma onda errada.
Você deu uma entrevista falando que se sente longe da briga pelo título. Por que?
Sou exigente e acredito que ainda falta um pouco para estar completamente inserido nessa briga. Mas estou trabalhando para isso.
A próxima etapa é a de Fiji, que marca o início dos eventos com ondas mais pesadas e tubulares. Um bom resultado lá pode fazer você mudar de ideia?
Com certeza. É um lugar onde não fui muito bem no ano passado e que é bem particular. Quero muito reescrever minha história lá com um bom desempenho neste ano.
Quem você vê na briga pelo título?
O Wilko (australiano Matt Wilkinson, líder do ranking) certamente tem uma vantagem ainda, que pode conseguir sustentar se for bem em Fiji, mas eu vejo muita gente com chance. O campeonato ainda está praticamente aberto.
Você já disse que acha o John John o melhor surfista do planeta. Após a vitória no Rio e com ondas pesadas pela frente, em que ele vai muito bem, acredita que o título possa ser dele?
Muito cedo para dizer, ainda. Só disputamos quatro etapas até agora, tem muita onda pela frente e muita gente vai querer mostrar serviço ali. Claro, se ele vencer em Fiji, entra definitivamente na lista dos favoritos. Ele foi espetacular no Rio, mandou muito e mereceu a vitória.
Ganhar Pipeline novamente é um sonho?
Sempre. Nunca me cansarei de vencer.
O que mudou do Mineirinho antes de 2015 para o Mineirinho campeão do mundo?
Ah, o principal é que o Mineirinho campeão do mundo também é um cara casado! Realizei dois sonhos em pouco mais de um mês. Me sinto realizado e com vontade de fazer mais!
*ZHESPORTES