O Grêmio disputava uma fase final do Gauchão de 1993 em Santa Maria, contra o Inter daquela cidade, na época uma equipe forte e composta de bons jogadores. Tanto que disputava a Série A do Gauchão. Era uma partida que havia sido transferida por causa do mau tempo em duas oportunidades – sempre adiada para os dias seguintes. Até que o jogo foi disputado, mesmo com barro e chuva. Era muito difícil vencer o Inter-SM, especialmente nos seus domínios. Mas o Grêmio vinha crescendo como time, graças ao trabalho de um técnico de muita qualidade, Cassiá Carpes.
A partida estava 0 a 0, e o resultado era razoável para efeito de colocação no campeonato. Mas havia muita dificuldade em face do barro e das más condições do gramado. Estávamos todos no banco de reservas, e Cassiá, com bastante trabalho para dirigir o time, por todas as vicissitudes que o tempo nos aprontava.
Em determinado momento do segundo tempo, lá pela metade, imagino eu agora, 23 anos depois, o técnico trocou uma ideia comigo. Me avisou que iria tirar Dener, pelas má qualidade do gramado. Respondi que confiava plenamente no técnico e o que fizesse seria o melhor para o Grêmio. Passados alguns minutos, Cassiá mudou de ideia e deixou em campo Dener.
Dener
Estava tão certo o nosso técnico que, logo em seguida, o atacante driblou vários adversários, apesar de todo o barro, e cruzou para Fabinho, ponteiro-direita de muita qualidade e personalidade. De carrinho, Fabinho marcou o gol da vitória e deixou o Tricolor mais perto da conquista do título gaúcho. Era realmente um Grêmio vencedor.
*Diário Gaúcho