Cruyff não tirou da cabeça dele o futebol total aplicado por Rinus Michels no Ajax e depois na seleção holandesa. Mas este modelo só funcionou e virou referência mundial porque o homem de confiança do treinador em campo era Cruyff, um sujeito de inteligência superior e dotado das mais espetaculares habilidades técnicas. Não fumasse e seria também um atleta fantástico.
Mesmo sem ter sido campeão mundial de seleções, cansou de colocar faixa no peito no Ajax e depois no Barcelona, de quem virou uma espécie de embaixador da ideia de que ali havia "mais do que um clube".
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Como técnico, aplicou conceitos ofensivos aperfeiçoados mais tarde por Guardiola. Com Romário, apostou que se o carioca fizesse três gols num determinado jogo seria liberado para viajar ao Rio de Janeiro. Gols feitos, promessa cumprida.
Cruyff também se enganava, claro. Chegou a dizer que não daria certo Neymar com Messi. Não preciso dizer o quanto estava longe da verdade. Acontece. Episódio muito menor do que o valor que tem para o futebol ofensivo na História do esporte.
Opinião
Maurício Saraiva: Johan Cruyff, um revolucionário
Maurício Saraiva
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