Demitido pela diretoria do Palmeiras na madrugada desta quinta-feira, logo após a derrota para o Nacional, do Uruguai, por 2 a 1, no Allianz Parque, pela Libertadores da América, o técnico Marcelo Oliveira divulgou carta de despedida do clube nesta manhã. Através de sua assessoria de imprensa, o treinador agradeceu a oportunidade de ter trabalhado no clube e, sobretudo, destacou a conquista da Copa do Brasil de 2015. Ele reconheceu dificuldades ao longo da trajetória e lamentou a demissão antes do término do contrato:
– Quero expressar também minha gratidão aos funcionários do clube, ao grupo de jogadores, que sempre se doou ao máximo, independentemente de certos rumores externos que ocorreram, sobretudo preservando o bom ambiente ao longo desses mais de oito meses. Deixo o clube com o sonho interrompido. Assim como era meu pensamento em outros trabalhos, prezo sempre por cumprir o contrato até o fim. De fato, foram muitas as dificuldades enfrentadas, mas conquistamos um título de expressão para o clube quando ninguém acreditava que seria possível – escreveu.
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Contratado em junho de 2015, Marcelo vinha sendo criticado, apesar da conquista da referida Copa do Brasil. No período em que esteve no Palmeiras, falava-se em um possível desgaste entre a comissão técnica e os jogadores. O ex-comandante da equipe enfatizou que não houve problemas com os atletas, destacando, por exemplo, que seria impossível conseguir o título que levou o clube à disputa da Libertadores sem que todos estivessem empenhados em busca do mesmo objetivo.
– A Copa do Brasil me traz um alento muito grande, pois, como disse em algumas ocasiões, no futebol não se conquista nada em sorteio de loteria, então, uma parte dos nossos objetivos foi alcançada. Além disso, não teríamos tido êxito algum, especialmente no caso de um torneio mata-mata, caso o plantel não tivesse unido forças com a comissão técnica – afirmou.
A carta de despedida de Marcelo foi publicada porque o treinador não concedeu entrevista coletiva, como de costume, após o jogo contra o Nacional. Isso porque a diretoria já havia tomada a decisão de demiti-lo. O diretor executivo de futebol Alexandre Mattos, responsável por quase 30 jogadores para o clube desde o ano passado, afirmou que era hora de mudar, pois o time não vinha apresentando um bom futebol e evoluindo.
Marcelo chegou ao Palmeiras para substituir Oswaldo de Oliveira. O clube ainda não anunciou um técnico, mas Cuca surge como um dos principais favoritos ao cargo.
Confira a nota na íntegra:
"Geralmente, quando um treinador deixa um clube, publicar uma nota de despedida é quase um padrão, mesmo que não esteja sendo sincero naquele momento. Porém, quero aqui enfatizar que as palavras que direi agora são sem hipocrisia alguma.
Realmente, gostaria de deixar meu muito obrigado a toda a diretoria da Sociedade Esportiva Palmeiras, desde o Paulo Nobre e o Alexandre Mattos até os demais integrantes da direção. Eles estiveram ao lado da comissão técnica do início ao fim da minha passagem, tanto nos bons quanto nos maus momentos, mesmo que isso muitas vezes não tenha sido percebido pelos olhos da imprensa. Na verdade, esse fato demonstra que nem tudo de bom que acontece em um trabalho chega aos holofotes, tampouco tem a necessidade de ser exposto.
Quero expressar também minha gratidão aos funcionários do clube, pessoas competentes e dedicadas, que sempre tiveram atenção, carinho e respeito conosco, na fase de críticas ou na de glórias; ao grupo de jogadores, que sempre se doou ao máximo, independentemente de certos rumores externos que ocorreram, sobretudo preservando o bom ambiente ao longo desses mais de oito meses. De fato, foram muitas as dificuldades enfrentadas, mas conquistamos um título de expressão para o clube quando ninguém acreditava que seria possível. Conseguimos porque a consciência de que tínhamos uma responsabilidade compartilhada em cada partida falou mais alto, e a individualidade foi deixada de lado em benefício do mérito coletivo nos triunfos, sempre com o pensamento de que todos devem reagir depois dos tropeços.
Já havia alguns anos que um título não era conquistado pelo Palmeiras, e a pressão por campanhas vitoriosas era nítida, assim como acontece em qualquer outra agremiação da grandeza deste clube. Justamente por isso, a Copa do Brasil me traz um alento muito grande, pois, como disse em algumas ocasiões, no futebol não se conquista nada em sorteio de loteria, então, uma parte dos nossos objetivos foi alcançada. Além disso, não teríamos tido êxito algum, especialmente no caso de um torneio mata-mata, caso o plantel não tivesse unido forças com a comissão técnica, com a diretoria e com a torcida em prol do mesmo objetivo.
Por isso, sem dúvida, saio com uma enorme satisfação por ter feito parte de um momento especial da história do Palmeiras. Todavia, deixo o clube com o sonho interrompido. Assim como era meu pensamento em outros trabalhos, prezo sempre por cumprir o contrato até o fim. Além disso, ser campeão da Libertadores é também um desejo meu e compartilhava desse sentimento com cada palmeirense que conversei. Quero deixar um recado muito honesto a essa torcida fanática e gigante: ficarei na torcida para que vocês possam celebrar a conquista da América, ainda este ano, com o novo comandante. Na maioria maciça dos nossos jogos no Allianz Parque, o apoio vindo das arquibancadas foi notório e incondicional, mesmo em momentos complicados do jogo. Esse incentivo nos fez ter vitórias épicas dentro de casa nos últimos meses. Dessa forma, sei que a equipe jamais caminhará sozinha e se manterá viva com possibilidades de seguir adiante e realizar o sonho de uma nova Libertadores.
Meus mais sinceros agradecimentos".
*LANCEPRESS