Número 463 do mundo em janeiro, Thiago Monteiro iniciou esta semana com o melhor ranking da carreira. É agora o 240º lugar da ATP – escalada que se deu após fazer boa campanha no Rio Open e no Brasil Open, quando venceu grandes nomes do tênis atual como o francês Jo-Wilfried Tsonga e o espanhol Nicolas Almagro.
Por essas campanhas nas simples de torneios ATP, os dois primeiros da ainda curta carreira, o cearense de 21 anos acumulou, além de 90 pontos, premiação de 30.535 mil dólares. Uma elevada cifra que, garante, irá poupar.
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O sonho, mais à frente, é ter "uma casinha legal e um carro". Mas, por ora, o investimento de Thiago Monteiro será no próprio tênis. Vivendo o melhor momento entre todos os brasileiros que disputam o circuito profissional, quer aproveitar o embalo para galgar novos lugares no ranking da ATP. Afinal, se há duas semanas venceu o número 9 do mundo, porque o brasileiro não pode sonhar com uma posição de maior evidência?
"Antes do jogo sabia que poderia competir bem, mas não ganhar do Tsonga"
Até 15 de fevereiro, você era número 338 do mundo. Na segunda-feira seguinte, com a atualização do ranking, virou 278, e agora é 240. Dava para imaginar isso antes de enfrentar o Tsonga?
Não imaginava esse salto nessas semanas. Antes do jogo sabia que poderia competir bem, mas não ganhar do Tsonga. Essa vitória me abriu portas, me fez acreditar e confiar ainda mais no meu jogo, e ainda mais com o triunfo sobre o Almagro. Foi gratificante ter sido o único a tirar um set do Cuevas no Brasil Open, perdi nos detalhes para ele. Tudo fruto do trabalho desenvolvido por minha equipe da Tennis Route (no Rio de Janeiro) com o Duda Matos (técnico), João Zwetsch (supervisor), Alex Matoso (preparador físico) e o Paulo Carvalho (fisioterapeuta), que me fizeram recuperar de uma lesão no joelho no meio do ano passado, evitando uma cirurgia para que pudesse jogar bem já no fim de 2015 e no começo deste ano para buscar esses bons resultados. Agora, só acredito ainda mais e estou mais motivado para seguir com bons resultados.
Você já treinou no centro de treinamento do Larri Passos e teve contato com o Guga, como foi isso?
Na época, foi minha primeira experiência fora de casa e em um centro de treinamento que ainda tinha o Guga como referência, um número 1 do mundo. Foi fantástico, aprendi muito com eles. Larri Passos treinava a Daniela Hantuchova, que foi top 5 do mundo, e me levava para a Europa às vezes como sparring de treinos. Me marcou bastante ver a rotina dos melhores nos maiores torneios do mundo, e me apaixonei por isso.
Você teve lesões, no passado, que o impediram de crescer no ranking em um bom momento da carreira. Chegou a lamentar e pensar que talvez não conseguisse mais voltar para essa faixa de 250 do mundo?
Não pensei em parar e nem cheguei a lamentar. As lesões só me fizeram sentir ainda mais falta e saber o quanto eu amava o tênis. Acabou sendo uma experiência muito positiva, me fez trabalhar ainda mais duro para me recuperar mais rápido. E quando voltei das lesões pensei em "bola para frente", seguir me dedicando ao máximo para buscar meus objetivos.
Foram boas as premiações que você ganhou nos torneios do Brasil. Vai investir em alguma coisa em especial?
Vou deixar poupando e rendendo para realizar alguns sonhos no futuro, como ter uma casinha legal e um carro. O bom é conseguir agora ter um pouco a mais para levar preparador físico junto com o técnico (nos torneios), que é um diferencial e um investimento importante em minha carreira.
*ZHESPORTES