De volta ao clube onde começou sua carreira, Paulo Baier reencontra o São Luiz com muitas histórias para contar. Nascido em Ijuí há 41 anos, o meia que fez história por Atlético-PR, Goiás e Criciúma - e também teve passagens por Palmeiras, Atlético-MG e Vasco - admitiu que o retorno ao time da região noroeste do Estado indica a proximidade do final da carreira. E se a ideia é pendurar as chuteiras no São Luiz, a meta é fazer isso com o clube garantido na elite gaúcha.
- Ainda não penso nisso agora. Só penso em jogar, me condicionar e estar pronto. Mas, mais para o final, a gente vê o que vai acontecer. A intenção é de que seja mesmo o último clube. Muitos falam que o São Luiz fez uma jogada de marketing, e é claro que também vale. Mas não é só isso. Tenho 41 anos, mas tenho vontade de trabalhar e quero ganhar. Que fique bem claro: eu quero subir - disse ontem o veterano, por telefone, após o treino no Estádio 19 de Outubro.
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A decisão de defender novamente o São Luiz foi tomada, segundo Baier, "com cuidado" para acertar todos os detalhes. E já valeu por ver o envolvimento da cidade na sua volta.
- Já tinha jogado nos clubes daqui no ano passado, pelo Ypiranga e pelo Juventude, e neste ano surgiu a oportunidade de jogar no São Luiz. Fiquei muito feliz. Demorou um pouquinho para acertarmos todos os detalhes, mas deu tudo certo. Não esperava tanta gente como foi na apresentação (cerca de 800 torcedores foram ao estádio do clube para recepcionar Baier). Foi bem legal o carinho do torcedor, e onde eu vou na cidade o pessoal está envolvido, diz que vai se associar e participar. É isso que queremos.
Ao fazer um balanço sobre todos os caminhos que percorreu desde que deixou Ijuí em 1997, o meia destacou o trabalho feito tanto pelo São Luiz quanto por ele próprio.
- Tive muitas dificuldades no início. Foi um sacrifício meu... Fazia 28 quilômetros todo dia para treinar. Esse interesse e essa disposição fizeram com que valesse a pena ser jogador. Tenho um carinho muito grande por todos, o "seu" Albiri, que mora no estádio, e o Zé Grider, massagista, estão até hoje aqui e me ajudaram bastante.
Principal nome do São Luiz na Segundona Gaúcha, Baier ressaltou que a torcida terá de compreender sua situação na tentativa de voltar à Série A do Gauchão.
- Não vou chegar e fazer três, quatro gols por jogo. Um cara só não vai resolver, é o conjunto. Tenho que botar isso na cabeça do torcedor, e ele está entendendo. Nosso treinador, Jair Galvão, tem experiência no Acesso, e estamos montando um time competitivo.
*ZHESPORTES