Há um projeto de dominação planetária do futebol atrás da mudança de endereço de Pep Guardiola, 46 anos, o técnico mais badalado do novo século. Há os bilhões sem fim do xeque Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi e que comprou o Manchester City em 2008.
Há ainda Ferran Soriano e Txiki Begiristain, diretores do clube inglês e ex-companheiros de Barça – e claro um salário mensal R$ 9 milhões (sim, você leu bem) por três anos a partir de julho, segundo a mídia britânica.
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Desde junho de 2013 no Bayern, Pep ganhou duas ligas, uma Copa da Alemanha, uma Supercopa da Europa e um Mundial de Clubes da Fifa. Nesta temporada, em 29 jogos, venceu 25. Perdeu dois, empatou dois. Foi feliz em quase tudo, só não levantou a rica taça para a qual foi contratado, a valorizadíssima Liga dos Campeões da Europa.
Mas deixará um grande time e um gigantesco legado na Alemanha, a super profissionalização do time bávaro, seja nos métodos de treinamento, na formação de assistentes-técnicos, na análise de dados, de jogadores e de jogos, na nutrição dos atletas ou na persistente busca por jovens valores em diferentes continentes. Seu sucessor será feliz, talvez o multi-campeão Carlo Ancelotti.
O chileno Manuel Pellegrini, que sabia que não renovaria contrato desde o ano passado, não vai tirar o pé do trabalho no City. É um profissional, como todos lá, do massagista ao terceiro goleiro.
Fosse no Brasil, território ainda de jogadores semi-profissionais, haveria festa ou revolta no vestiário – como se o vestiário fosse uma ilha, tivesse vida própria.
Na Inglaterra, salvo exceções, ninguém joga pelo treinador. Atua pelo clube que o paga. O comandante é detalhe, é um empregado tão especial como ele. Quem não respeita o clube, é certo que agiram da mesma maneira com o treinador.