Depois de dois anos com domínio total da Mercedes e de Lewis Hamilton, a Fórmula-1 começa a projetar a temporada 2016 com mais dúvidas do que certezas. Neste domingo, na última corrida do ano, a escuderia fez mais uma dobradinha – a 12ª da temporada – com Niko Rosberg vencendo o GP de Abu Dhabi e Hamilton chegando em segundo.
A categoria passa por um momento de reflexão, motivado pela queda nos índices de audiência em todo o mundo, pelas críticas cada vez mais abertas das equipes e pilotos e pela percepção de que o regulamento adotado em 2014 não beneficiou as disputas na pista. Em meio à briga entre Bernie Ecclestone, o chefão da F-1, e os donos das escuderias, o próximo Mundial terá uma nova equipe, poucas mudanças entre os pilotos e – ainda – a mesma configuração adotada nas últimas temporadas, com motores turbo V6 trabalhando em conjunto a unidades elétricas e de recuperação de energia.
O conflito de bastidores entre Ecclestone e o Grupo de Estratégia, integrado por líderes das equipes e representantes das quatro fábricas que fornecem motores à F-1 – Mercedes, Ferrari, Renault e Honda –, fez com que o veterano dirigente perdesse mais uma disputa na última semana. O grupo vetou a criação de um motor alternativo, mais barato e com especificações mais simples, para o Mundial de 2017, que pudesse ser utilizado pelas equipes menores. A categoria segue, assim, nas mãos das quatro empresas, e por enquanto não há conversas sobre uma mudança de regulamento para os próximos anos – com a volta dos motores V8 aspirados, utilizados até 2013.
Nova equipe é a grande novidade
No ano que vem, ao menos por enquanto, poucas novidades estão confirmadas. No calendário, há uma nova corrida programada – o GP da Europa, no circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão – e o retorno do tradicional GP da Alemanha, em Hockenheim, que não foi disputado neste ano, e que deixará o Mundial com 21 provas, número inédito na história da F-1. A grande atração, porém, será a entrada da Haas: a escuderia americana chega com apoio da Ferrari, toda sua experiência na Nascar e na Fórmula-Indy e terá Romain Grosjean como piloto principal, ao lado do mexicano Esteban Gutierrez. Grosjean, que deixou a Lotus, aliás, é o único piloto a ter confirmado mudança de cadeira.
A Lotus, por sua vez, deve anunciar nesta semana a sua aquisição pela Renault, que voltará a dar nome à equipe depois de cinco anos.
Já a Red Bull, que ameaçou deixar a Fórmula-1 depois de criticar publicamente os motores Renault e não acertar com nenhum fornecedor, foi obrigada a voltar atrás: os austríacos vão utilizar os mesmos motores franceses, mas preparados por uma empresa inglesa ainda não anunciada.