Tiro práticoUm esporte prazeroso, divertido e que alivia o estresse do dia a dia. É assim que os praticantes do Tiro Prático definem o esporte. Apesar de a modalidade não ser tanto conhecida, em Santa Maria há cerca de 20 praticantes do IPSC, em português, Confederação Internacional de Tiro Prático. E neste fim de semana, a Sociedade Concórdia Caça e Pesca (Socepe) recebe, em sua sede campestre, em Itaara, a 5ª Etapa do Ranking Gaúcho de IPSC e 13ª Etapa do Ranking Gaúcho de IPSC Light.
Cinco atiradores de Santa Maria estão entre os primeiros colocados em três categorias. Um deles, João Guimarães, que compete na categoria Light B, disputada por competidores com pistolas calibre 380, que são as únicas liberadas para comercialização no Brasil. As provas ocorrem a partir das 8h30min no sábado e no domingo. A entrada para o público é gratuita, no entanto, é preciso estar equipado com óculos de proteção e abafador auricular.
A etapa de Itaara contará com cerca de 150 competidores, que vão atirar em 12 pistas. Cada competidor faz, no mínimo, 232 disparos. A competição conta com seis modalidades em quatro categorias: Júnior, Damas, Sênior e Super Sênior. As pistas são dividas em curta, que suportam nove disparos, média, com 24 tiros, e longa, com 32.
É exigido dos competidores precisão, força e velocidade. Para conhecer o vencedor, são levados em conta a pontuação nos alvos e o tempo gasto para efetuar todos os disparos. A pontuação é dividida pelo tempo, e quem tiver o maior número de pontos será o vencedor. O competidor só pode carregar a arma com munição quando ingressa na pista. Uma série de regras é seguida para garantir a segurança de todos.
O santa-mariense Giovanni Millani se apaixonou pelo esporte quando ingressou no Exército, aos 18 anos. Desde então, nunca parou. Aos 21 anos, comprou sua primeira arma para praticar tiro, conforme permitia a legislação da época. Hoje, a idade mínima é 25 anos. Mas quem tem menos idade pode competir com a orientação de um professor. Além disso, há 18 anos, Millani é árbitro da modalidade.
- Você pode até cansar fisicamente, mas esse esporte deixa o pensamento leve. O único adversário ali é você mesmo, os seus limites. E, além disso, é um ambiente de muita amizade, a gente faz novos amigos. É um esporte relaxante - afirma Millani.
Os praticantes rechaçam que haja algum risco ou periculosidade no esporte e tentam acabar com o preconceito que há com as armas:
- Há uma visão distorcida de que a arma é um objeto de morte, a arma depende da ação física do ser humano. Se tu deixares uma arma em cima de uma mesa, ela vai estragar ali e não vai tirar a vida de ninguém. O que não pode é usar de maneira indevida. O problema não é o meio, e, sim, as pessoas que utilizam (armas) - desabafa Millani.
Para quem quer começar no esporte, a orientação é procurar um clube credenciado, como a Socepe.
Confira quais são as modalidades possíveis para a prática de tiro prático e a posição dos representantes de Santa Maria no campeonato estadual:
As modalidades
- Open: É a categoria mais aberta e a principal do tiro prático. As armas podem ser modificadas para a prática
- Light: Disputada com pistolas calibre 380. É uma categoria exclusivamente brasileira, já que esse é o maior calibre liberado para a venda
- Classic: É praticada com armas, geralmente de calibres 40 e 45 e com, no máximo, oito disparos
- Production: A arma deve ser original de fábrica, não pode ser modificada. São, no máximo, 15 tiros com armas calibres 40, 45 e 9mm
- Standard: Há um limite para modificações na arma. São usadas, em sua maioria, pistolas 40 e 45
- Revólver: É disputada com revólveres calibre 38 e 45
Os representantes de Santa Maria
- João Guimarães: 1º Lugar na categoria Light B
- Jean Carlo Jacques: 1º Lugar na categoria Production B
- Carlos Pozzobom: 1º Lugar na categoria Production Sênior
- Giovanni Millani: 2º Lugar na categoria Production A
- Petterson Meotti: 2º Lugar na categoria Light B
Mais informações nos sites da Confederação Brasileira de Tiro Prático e na Federação Gaúcha de Tiro Prático.