Do sorriso à melancolia. Esse foi o caminho que o sentimento brasileiro percorreu durante as baterias desta segunda-feira, em Teahupoo, na sétima etapa do mundial de surfe.
Pelo Round 3, o primeiro brasileiro a entrar na água foi Filipe Toledo, atual quarto colocado no ranking mundial. O paulista de Ubatuba demorou para acordar na bateria, mas, depois que entrou em sintonia com o mar, seu surfe fluiu e acabou desbancando o norte-americano Brett Simpson com uma diferença de mais de quatro pontos.
Adiante, na quarta bateria do dia, um confronto 100% brasileiro: Italo ferreira e Jadson André. Foi o terceiro confrontos da dupla do Rio Grande do Norte, e a terceira vez que Italo levou a melhor. Com mais solidez e nelhor escolha de ondas, Ferreira foi abrindo diferença ao se mostar mais solto na bateria. Além dos tubos que pegava, finalizava as ondas com alguma manobra arriscada - ainda mais para quem está a menos de um metro de uma bancada de corais afiados. Ferreira somou 16.10, contra 9.83 de Jadson.
Mas a bateria do dia, quiça do ano (segundo Slater, em post no Instagram, a melhor bateria que ele já assistiu), foi protagozinada por Gabriel Medina, atual campeão do mundo e da etapa taitiana, e o havainano John John Floernece, atleta considerado um dos mais promissores do tour. Entre especialistas, Florence é tido como o melhor freesurfer do mundo. O duelo foi à altura da expectativa. Uma sequência de ondas bem surfadas, manobras eletrizantes e muita, mas muita ousadia por parte dos dois atletas. Foram seis notas acima de nove. Para a alegria dos brasileiros, Medina levou a vantagem. Pequena, é verdade, mas suficente para colocá-lo no quarto round.
Medina iniciou imprimindo um ritmo forte, pegando várias ondas médias e escalando notas para tentar amedontrar o havaiano. Florence, no entanto, na primeira onda grande surfada, tirou um 9,57. A essa altura, Medina tinha apenas um 9,07 e uma segunda nota de 6,60. Mas o brasilerio estava endiabrado: em duas ondas, mais para o final da bateria, tirou uma duipla de notas altíssimas. Um 9,27 e um 9,73. O combo deixou Florence de mãos atadas, e dependendo de uma bela onda para fazer um 9,44. O mar ajudou o brasileiro e a onda não veio. Agora, Medina continua vivo na defesa do título em Teahupoo.
A melancolia chegou na sexta bateria. E nem chegou a ser uma tristeza plena em razão de outro brasieliro ter se beneficiado. Adriano de Souza, o Mineirinho, foi eliminado por outro conterrâneo, o wildcard (surfista que entrou na disputa passando por uma trigem), Bruno Santos. Santos, que já venceu no Taiti, em 2008, mostrou que a perícia e a experiência na onda tubular conta, e muito. Adriano bem que tentou, mas não conseguiu encontrar a onda que lhe desse um 8,11. Mineirinho dificilmente conseguirá manter a lidernaça do ranking. Por outro lado, Filipe Toledo, se continuar avançando, poderá assumir a ponta ao final da comeptição.
Veja os resultados do quarto round, que ocorreu até a oitava bateria:
Filipe Toledo (BRA) 16.97 x 12.50 Brett Simpson (EUA)
Bede Durbidge (AUS) 12.00 x 13.13 Kai Otton (AUS)
Owen Wright (AUS) 18.23 x 15.70 Dusty Payne (HAV)
Italo Ferreira (BRA) 16.10 x 9.83 Jadson André (BRA)
John John Florence (HAV) 18.84 x 19.00Gabriel Medina (BRA)
Adriano de Souza (BRA) 13.70 x 16.20 Bruno Santos (BRA)
Mick Fanning (AUS) 6.67 x 15.17 Aritz Aranburu (ESP)
Wiggolly Dantas (BRA) 16.83 x 8.66 Matt Wilkinson (AUS)