A batalha de Fabrício Werdum começou há 13 anos. Em 16 de junho de 2002, o gaúcho de Porto Alegre finalizou Tengiz Tedoradze com um triângulo em um pequeno evento chamado Millennium Brawl, na Inglaterra, em sua primeira luta no MMA profissional. Neste sábado, aos 37 anos, tenta chegar ao topo do mundo. Campeão interino, Werdum encara Cain Velasquez pelo título linear dos pesos pesados do UFC _ a maior organização de artes marciais mistas do planeta.
Fabrício está em sua segunda passagem pelo Ultimate. Na primeira, entre 2007 e 2008, viveu uma fase instável. Venceu Gabriel Napão e Brandon Vera, mas perdeu para Andrei Arlovski e Júnior Cigano antes de ser demitido. Foram quatro lutas no extinto Strikeforce, que também pertencia à empresa dona do UFC, até voltar ao evento principal, em 2012. Desde então, triunfos sobre Roy Nelson, Mike Russow, Minotauro Nogueira, Travis Browne e Mark Hunt solidificaram sua caminhada até o cinturão.
No UFC 188, na Cidade do México, Werdum mira o cinturão prestes ao seu maior desafio: o americano de raízes mexicanas Cain Velasquez. Antes do duelo mais importante de sua vida, o porto-alegrense conversou com Zero Hora e falou sobre a estratégia para o duelo, expectativas e projeções de futuro.
O Cain Velasquez é um lutador completo, e você tem mostrado o mesmo nas últimas lutas, apesar de ser especialista em jiu-jitsu. Qual é a sua estratégia?
Eu estou treinando para qualquer situação. Qualquer situação que acontecer na luta, no chão ou em pé. Mas estamos vendo uma estratégia boa, quanto mais tempo a luta durar, melhor. Ele chegou faz pouco aqui no México, eu estou aqui há um mês. O Cain está só há uma semana aqui no México. Então é uma luta de estratégia para terceiro ou quarto round. Mas onde quer que esteja a luta, eu vou estar preparado. Eu me preparei muito bem física e mentalmente.
Contra o Mark Hunt, a torcida mexicana estava do seu lado. Agora, estará contra. Isso lhe afeta?
Não me afeta em nada a torcida estando com ele. O Cain Velasquez é americano. Os pais dele são mexicanos, mas ele nasceu nos Estados Unidos. Vai ser uns 60 a 40, 70 a 30 a torcida para ele. A galera do México vai torcer para ele, mas isso não me afeta em nada. Já estou acostumado, nunca fui o favorito. Sempre fui a zebra da história. Só me motiva mais.
A luta vale o cinturão linear, que é do Velasquez. Você entra nesse combate se considerando o campeão interino ou o desafiante ao cinturão dele?
Eu me considero como o campeão agora. Quem não luta há dois anos é o Cain Velasquez. Ele já está há dois anos parado, eu estou aí lutando direto. O último a lutar pelo cinturão fui eu. Eu não tenho culpa que ele não compareceu no dia da luta, em 15 de novembro. Eu não tenho culpa, trabalhei para lutar. Fiquei dois meses no México, concentrado, então eu me considero o campeão. No dia 13 vamos decidir isso, definir quem é o real, o verdadeiro campeão.
Quais os maiores cuidados que você deve ter para vencer?
Tenho que fazer uma luta inteligente para sair com o cinturão, fazer essa unificação. Fazer a coisa certa, não me precipitar, porque tenho cinco rounds para ganhar do Cain Velasquez. Claro que, se eu puder nocautear ou finalizar antes, óbvio que eu vou fazer. Mas é uma luta a longo prazo, do terceiro round para frente. Ele vai vir com tudo no começo. Eu vou me defender bem, vou me movimentar muito para fazê-lo cansar.
Jon Jones está suspenso. Se voltar, pode até subir e entrar na sua categoria. É possível uma luta contra ele?
O Jon Jones está suspenso por um bom tempo. Se ele voltar e subir de categoria, tudo bem. Mas agora não tem como pensar nisso. Agora é a luta contra o Cain Velasquez. Depois, revanche contra ele, com certeza, em Las Vegas. Depois disso tudo, sim, vou pensar no futuro. Mas eu vejo assim: conseguindo essa vitória, eu penso em uma revanche contra o Cain Velasquez em Las Vegas.
Como acompanhar o UFC 188
_ O Canal Combate anuncia a transmissão ao vivo de todo o card
_ O blog No Mundo das Lutas acompanha o evento em tempo real
_ O Trocação Pura, da Rádio Gaúcha, falará do card a partir das 14h5min
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