Flori Chesani Júnior é capitão da BM e Chefe do Serviço de Inteligência da Serra Gaúcha. Ele é colorado e já teve de lidar com torcedores alcoolizados no Beira-Rio. Um deles insultou sua mãe, de 61 anos, com palavrões e gestos obscenos. O chamou para a briga. Chesani estava com o filho pequeno no colo e, acostumado a enfrentar situações assim, manteve a serenidade. Torcedores retiraram o bêbado. O episódio ocorreu contra o Emelec, quarta-feira.
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A venda de bebidas alcoólicas nos estádios é proibida. Imagine como estaria o valentão acima se pudesse comprá-las apenas se dirigindo até o bar, perto de onde estava. Perto do coma, talvez. Muitos bebem e sabem dos seus limites. Mas muitos não sabem e nem têm condições de saber. O que acontece, com frequência, é que estes torcedores se tornam violentos em um ambiente de massa nervoso, tenso. É diferente do show de música e seu clima necessariamente festivo.
Colunistas opinam: pontos corridos ou mata-mata?
Álcool em jogo de futebol, no Brasil, é tão combustível para tragédia como no trânsito. Quem defende a liberação do consumo pensa em receitas, campanhas educativas e reforço na segurança, vale registrar. Mas a experiência de campo de Chesani indica que álcool liberado e áreas sem cadeiras estimulam a violência.