Uma ONG francesa anunciou nesta terça-feira ter apresentado uma denúncia contra o grupo Vinci, um dos gigantes mundiais da construção, acusado de reduzir à escravidão trabalhadores estrangeiros em suas obras do mundial de futebol do Catar 2022, o que o grupo nega.
- O grupo francês, representado por sua filial catariana QDVC, fechou contratos no valor de milhões de euros para o evento, e concede trabalho diretamente e por meio de diversos subcontratos de direito catariano a milhares de trabalhadores no país - explica no comunicado a ONG Sherpa.
Após as investigações realizadas no local, a organização afirma que estas empresas recorreram a "diversas ameaças para reduzir uma população vulnerável a condições de trabalho e alojamento indignas, além de uma remuneração irrisória".
A ONG, que quer "defender as populações vítimas de crimes econômicos", afirma que as empresas em questão confiscaram os passaportes dos trabalhadores imigrantes.
O grupo francês Vinci respondeu que "nega as alegações de Sherpa".
- No Catar, como em todos os países nos quais o Vinci trabalha, o grupo respeita o direito local do trabalho e os direitos fundamentais - afirma a empresa.
Segundo Vinci, todos os colaboradores de sua filial catariana têm livre acesso aos seus passaportes, e "os tempos de trabalho e descanso são respeitados rigidamente".
A denúncia por trabalho forçado, redução à escravidão e ocultação foi apresentada no Ministério Público de Nanterre, a oeste de Paris, afirma o jornal francês Le Parisien, que revelou a existência da demanda.
*AFP