Curitiba deu azar na Copa do Mundo. O sorteio "premiou" a cidade com jogos pouco badalados e ruins. Mesmo assim, o povo paranaense conseguiu fazer do limão uma limonada e fazer do Mundial uma celebração com os povos estrangeiros. A Arena da Baixada esteve maquiada, é verdade, mas mostrou ser um estádio bom e capaz de sediar as partidas. O Mundial no Paraná, não empolgou. Mas esteve longe de decepcionar.
Quando desembarquei em Curitiba para cobrir os quatro jogos da cidade na Copa, estava muito mais empolgado pelo terceiro jogo: Espanha X Austrália. Seria o jogo mais interessante do ponto de vista jornalístico. A seleção espanhola, campeão mundial 2010, iria ou garantir a classificação, ou então a partida marcaria a melancólica eliminação da Fúria. Nem um, nem outro. As duas seleções chegaram já eliminadas para o que era o jogo mais badalado da capital paranense.
O pior da Copa em Curitiba não foi culpa da Fifa, nem do governo, nem do Atlético-PR e muito menos do povo. Foram das equipes. Irã X Nigéria protagonizaram um dos piores, senão o pior jogo do Mundial. Honduras X Equador teve (falta de) qualidade parecida. Argélia X Rússia foi o melhor jogo da capital paranaense no Mundial. O que não quer dizer grande coisa.
O povo curitibano soube, mesmo com jogos fracos, transformar o Mundial em uma festa. As torcidas iranianas, nigerianas e argelinas deram show. Mesmo eliminados, os australianos estavam enlouquecidos, curtindo a Copa. E todos eles foram muito bem recebidos pelo hospitaleiro povo paranaense.
A Arena da Baixada quase não ficou pronta para a Copa. O entorno tinha muita improvisação, entulho e pequenas obras inacabadas. Por outro lado, da arquibancada para dentro, o estádio do Atlético-PR passou por uma metamorfose. Perdeu identidade, mas ficou espetacular. Moderno, não deve nada para as melhores arenas inglesas.
Faltou um legado na área da mobilidade urbana. Não vi pontes, viadutos, avenidas duplicadas ou obras que tornassem Curitiba uma cidade diferente por causa do Mundial.
O verdadeiro legado da Copa foi a forma como a cidade de Curitiba conseguiu badalar o Mundial mesmo ser ter jogos badalados.