O ano da Copa do Mundo começou com ação forte da prefeitura do Rio de Janeiro para tentar colocar ordem nos táxis da cidade. No dia 2 entrou em vigor o novo código disciplinar, que tem como ponto principal multa de R$ 625 para taxista que negar corrida. Circulando pelo Rio, percebe-se que isso é muito comum. Quando o passageiro informa o local do seu destino, existe o risco da recusa. Os motivos são variados, como a tentativa de se evitar bairros com muito congestionamento ou as roupas que as pessoas estão usando.
"Gente com roupa de praia e suja de areia eu não pego. E não adianta fazer corrida para Barra no fim da tarde, porque se eu perder duas horas no trânsito deixo de faturar. Posso fazer quatro ou cinco deslocamentos para outros lugares no mesmo tempo", disse com sinceridade exagerada Luís Campos, com 15 anos de experiência como taxista.
Do outro lado, o secretário de Transportes, Carlos Roberto Osório, promete rigor. "Os passageiros devem fazer denúncias das irregularidades. Temos telefone 1746 à disposição. A partir de agora temos regras claras", disse o secretário.
Osório tem um papel fundamental nesta tarefa. Ele foi secretário-geral do Comitê Organizador do Pan de 2007, e teria o mesmo cargo na Olimpíada de 2016, até que o prefeito Eduardo Paes chegou a conclusão de que a missão mais importante seria ajeitar o caótico trânsito da cidade já para a Copa. Por isso Osório foi deslocado e uma das suas grandes metas é organizar o trabalho dos 33 mil taxistas, uma frota gigantesca, com média por habitante superior a São Paulo e Nova Iorque.
O novo código prevê ainda proibição de veículos compactos, exigência mínima de que os carros rodem 40 horas semanais e obrigatoriedade da instalação de GPS, para controle da localização. Assim se espera que nos períodos de grande movimento, caso do Mundial, os turistas não tenham dificuldade para conseguir transporte. Os táxis especiais de cooperativas terão que ser padronizados na cor preta, com wi-fi gratuito e o motorista deve ter curso de língua estrangeira.