Em Porto Alegre, Batista teve a honra de defender Internacional e Grêmio. Pela Seleção Brasileira, o privilégio de atuar em duas Copas do Mundo. Em 1978, como titular, e em 1982, como reserva. No primeiro Mundial, disputado na Argentina, o Brasil foi desclassificado sem perder um jogo, em circunstâncias polêmicas naquele estranho Mundial.
“Só fomos desclassificados por aquele ‘samba do crioulo-doido’ que aconteceu com o time do Peru, que vinha muito bem e tomou seis da Argentina. Ninguém pensava que aquilo fosse acontecer”, lembra Batista. Na ocasião, o Brasil tinha uma boa campanha e só ficaria de fora da fase seguinte se os argentinos goleassem o Peru. E, incrivelmente, o time da casa venceu os peruanos por 6 a 0, eliminando a Seleção.
Batista foi titular absoluto do meio-campo brasileiro em 78, enquanto o companheiro de Internacional, Falcão, foi preterido por Chicão, por decisão do técnico Cláudio Coutinho. Em 82, ambos foram convocados, mas o treinador Telê Santana optou por escalar Falcão ao lado de Toninho Cerezo e deixou Batista no banco. Assim, aquela dupla que fez história no Inter não pode atuar junta em um Mundial.
“Eu gostaria que isso tivesse acontecido. Mas se sabia da preferência do Telê por um meio-campo formado por Falcão, Cerezo, Zico e Sócrates. E na preparação para a Copa do Mundo da Espanha, eu arrebentei a chuteira e fiz uma bolha. Fiquei quase sem calcanhar. Foram 22 dias sem calçar. Embarquei para a Europa usando chinelo de dedo. Isso atrasou bastante a minha briga pela posição. E uma semana antes da Copa não tinha mais como concorrer. O time estava formado”, lembra Batista.
Batista e Falcão atuaram juntos apenas nos momentos finais da vitória por 3 a 1 sobre a Argentina, quando Batista entrou na vaga de Zico. Na ocasião, Maradona acertou de forma violenta o volante. Até hoje, especula-se que o objetivo do craque argentino era atingir Falcão.
“Ele (Maradona) me pediu desculpas depois quando nos encontramos na Itália. Eu estava pela Lazio e ele, pelo Napoli. Houve um tumulto durante a semana na imprensa para ver se haveria revide. Ele veio antes do jogo, me cumprimentou, falou sobre a confusão, me pediu desculpas e disse: ‘não vi que era tu’”, conta Batista.
João Batista da Silva, o Batista, nasceu em Porto Alegre, no dia 8 de março de 1955. Ele foi volante da Seleção Brasileira nas Copa do Mundo de 1978, na Argentina, e de 1982, na Espanha.
No primeiro Mundial, foi titular na maioria dos jogos. No segundo, foi reserva, mas entrou na vitória contra a Argentina, partida em que foi vítima de uma violenta entrada aplicada por Diego Maradona.
Veja vídeos de Batista jogando pelo Brasil:
Expulsão de Maradona, após a entrada em Batista, no jogo Brasil 3 X 1 Maradona
Compacto de Brasil 3 X 0 Peru, primeiro jogo em que Batista foi titular na Copa de 1982