A classificação para a final do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos de Londres levou Emanuel a figurar entre os cinco maiores medalhistas do Brasil em número de pódios. Ao lado de Alison, ele garantiu a honraria ao vencer a dupla Plavins e Smedins, da Letônia, por 2 sets a 0, parciais de 21/15 e 22/20, na terça-feira.
Campeão olímpico em Atenas-2004 e medalhista de bronze nos Jogos de Pequim/2008, ambas as conquistas ao lado do ex-parceiro Ricardo, Emanuel procurou conter a euforia após o novo feito. Ao término da partida contra os letões, ele era sinônimo de tranquilidade.
- Ainda estou me contendo porque, daqui a dois dias, será uma história diferente, por enquanto estou centrado no que estou fazendo - disse Emanuel ao se referir à final olímpica de amanhã, contra os alemães Brink/Reckermann.
E, apesar das conquistas e aos 39 anos, Emanuel garantiu que não pensa em parar. Pelo menos, até o fim de 2013, quando decidirá com a família qual o caminho seguirá.
Destacou que, por isso, não tem como afirmar se vai disputar os Jogos Rio-2016. E contou o segredo para se manter entre os melhores, apesar da idade.
- Em 2009, fiz um programa fisiologístico específico para a minha idade, para ganhar um pouco mais de força, para tentar ganhar mais velocidade. Antes estava indo além do meu treinamento, ganhando mas perdendo muito em termos de recuperação - contou Emanuel.
Sobre a partida de terça-feira contra os letões e o desempenho nos Jogos, Emanuel não esqueceu de elogiar o parceiro Alison. Ressaltou que a dupla tem um entrosamento e se completam perfeitamente.
Citou, por exemplo, que enquanto procura estudar o jogo, analisar os erros dos adversários, Alison usa a impetuosidade e a intensidade para triunfar. Característica que, segundo ele, lembra o início de sua carreira.
- No começo, era só intensidade, queria ganhar campeonatos. Tento ver o jogo estrategicamente, enquanto o Alison quer vencer por 21 a 0 - considerou Emanuel.
Veja outras resposta de Emanuel em entrevista coletiva
Oito anos depois, a volta a uma final olímpica. Mudou muita coisa?
Mudou, porque enfrento atletas de 20 anos a 26 anos, praticamente 12 anos a 15 anos mais novos que eu. A grande mudança foi que consegui acompanhá-los. Eles são mais altos, fortes e não fiquei indiferente. Tive só de adaptar o meu jogo, fazer um treinamento mais intensivo.
Você teve de se reinventar?
Sem dúvida. E para isso fiz todo um treinamento específico. Procurei ajuda e consegui estar aqui.
O que pode falar para o Alison que chega a uma final olímpica, aos 27 anos?
Já comentei algumas coisas com ele. Final olímpica parece ser jogo comum mas, na realidade, tem de dar o máximo. Não existe uma segunda chance em quadra. Ele tem muito fogo e desejo e, isso, para disputar uma final é importante.
Histórico
Emanuel entra no hall dos melhores do Brasil em Jogos Olímpicos
Atleta garante sua terceira medalha olimpica e passa a figurar entre os cinco maiores atletas em número de pódios do Brasil
GZH faz parte do The Trust Project