O Corinthians iniciou sua trajetória na Libertadores de 2018 com um empate de 0 a 0 contra o Millonarios-COL, na noite desta quarta-feira (28), em Bogotá. Depois de um primeiro tempo de muitas dificuldades, o Timão melhorou na etapa final e poderia ter voltado com os três pontos, mas faltou sorte nas finalizações — o zagueiro Henrique chegou a acertar o travessão. O empate sem ser vazado acabou ficando de bom tamanho no duelo entre os campeões brasileiro e colombiano, e traz lições para a sequência da temporada.
Fábio Carille manteve o sistema de jogo efetivo do clássico contra o Palmeiras (vitória por 2 a 0), o 4-2-4, com Mateus Vital substituindo Rodriguinho. A formação, porém, não deu certo. Tanto Vital quanto Jadson foram muito pressionados pela excelente marcação colombiana. O Millonarios adiantou a marcação e não deixou que os meias recebessem a bola. Pronto, foi para o saco a estratégia de Carille de ficar com a bola. A falta de articulação complicou a vida dos pontas e permitiu aos donos da casa força para atacar. Assim, o primeiro tempo foi de poucas chances dos colombianos e quase nada de produtivo do Corinthians, muito amarrado.
Ainda no primeiro tempo, Carille reagiu à dificuldade de seu time com uma alteração no esquema: voltou ao 4-2-3-1, adiantando Mateus Vital para jogar à frente da linha de três. O Corinthians melhorou. Na volta do intervalo, mais adiantado, o Timão criou chances e por pouco não abriu o placar. O zagueiro Henrique acertou o travessão após cobrança de escanteio e Vital também teve boa chance. A alteração durante o jogo comprova a importância de ter alternativas, testadas pelo comandante corintiano durante o paulista. Carille ainda tentou com Júnior Dutra e Sheik, que entrou bem.
Não é difícil encontrar nas equipes colombianas a combinação de correria, com certa qualidade. De fato, o Atlético Nacional (COL) campeão da Libertadores em 2016 possuía tais características, dentre outras. O Millonarios não fugiu muito disso. As saídas pelos lados com Quiñones pela esquerda e Huérfano, pela direita, eram as melhoras alternativas. São rápidas. Mas faltou a qualidade. A equipe da casa poderia ter melhor sorte se possuísse técnica na parte final do campo, porque chances surgiram. Mas, neste quesito, deixou muito a desejar. Só com velocidade e força será difícil ter vida longa na Copa.
Até o momento, é bom o aproveitamento do Corinthians diante da sequência mais dura do ano. A equipe chega para o clássico contra o Santos, no próximo domingo, com uma vitória no Dérbi e empate fora de casa na Libertadores. Nada mal. Resta saber se terá fôlego para manter a pegada em mais um clássico e responder com força ao primeiro grande desafio da temporada. Vale lembrar também que o próximo adversário na Libertadores é o Deportivo Lara, da Venezuela, em tese o rival mais fácil, e na Arena Corinthians. Ou seja, o ponto na Colômbia não foi nada mal.