Francisco Stifano, 37 anos, é o técnico do Zamora, o clube de menor expressão no Grupo 8 da Libertadores. Mas está longe de ser o menos ambicioso. Seu plano imediato é garantir os nove pontos em casa para encaminhar a classificação histórica à segunda fase. Isso passa por estragar a estreia gremista, no dia 9 de março, em Barinas. A longo prazo, Stifano pensa em repetir no, Exterior, o sucesso como técnico em seu país. Sonha com algum país de língua espanhola da América do Sul, mas coloca em seu horizonte a Europa. Na Venezuela, ele está afirmado. Conquistou dois títulos nacionais, em 2015 e 2016, e o campeonato absoluto em 2016 (quando se enfrentam o campeão de cada semestre). Pelas taças e pelo estilo de jogo do seu time, intenso e de bom manejo da bola, já foi chamado de "Guardiola venezuelano". Na tarde de ontem, conversei por telefone com Stifano. Confira trechos.
Como está a preparação do Zamora?
Começamos dia 3, estamos treinando aqui mesmo em Barinas. Recebemos sete reforços e estamos esperando apenas mais um para fechar o grupo. A ideia é ter tudo pronto para a abertura do ano. No dia 29, estreamos na Copa Bicentenário, que reúne 12 clubes do país.
Para que posições foram contratados jogadores?
Para todas as linhas da equipe. Um goleiro reserva, dois zagueiros, um lateral-esquerdo, dois meias ofensivos e um atacante. Espero mais um zagueiro-central para os próximos dias.
O seu time perdeu o jovem Yeferson Soteldo, titular da seleção sub-20 e apontado como a maior joia venezuelana dos últimos anos. Ele foi vendido para o Huachipato-CHI. Qual o tamanho da perda?
Era, sim, um jogador muito importante. Mas buscamos jogadores ofensivos para completar essa lacuna. E estamos formando outros para que ocupem esse lugar.
O Zamora é reconhecido na Venezuela pela formação. Acaba de ceder dois nomes para a seleção sub-20 no Sul-Americano. Os jovens são a base da equipe?
Sim, temos muitos jovens formados no clube. A nossa média de idade está entre 24 e 25 anos.
O senhor já foi chamado em seu país de "Guardiola venezuelano". Seus times jogam como os dele?
Com a distância que se deve ter nas comparações, gosto da equipe parecida com as que ele monta. Exijo uma transição rápida, muita intensidade, pressão alta na marcação e linhas claras de jogo ofensivo.
Os times do Guardiola manejam bem a bola.
Sim, gosto que, quando temos a bola, de que a trabalhem bem. Mas com transição rápida. Claro que tudo isso depende do nível do adversário.
O que o senhor sabe do Grêmio?
É um time de tradição, campeão da Copa do Brasil. Será um rival muito complicado, tem feito contratações.
Em sua análise do grupo, é possível ao Zamora avançar?
Claro. Vamos em busca de fazer os pontos em casa. Nosso plano passa por vencer em casa.
O calor médio de 35ºC pode ajudá-lo nessa tarefa?
Temos muito calor aqui e umidade alta. Pode ser um fator a nosso favor. Mas também teremos de ir a Porto Alegre, e haverá um ambiente favorável ao Grêmio.