Valdivia convocou entrevista coletiva na Academia na tarde desta sexta-feira para se posicionar sobre a confusão com torcedores da Mancha Alviverde no Aeroporto de Buenos Aires (ARG), na manhã desta quinta. Entre outros assuntos, admitiu que errou ao fazer gesto obsceno para um torcedor, disse que ficou assustado com "ódio" de parte da torcida, mas prometeu ficar no clube e citou o centenário no ano que vem como um dos pontos que o motivam a defender o Verdão. O contrato do chileno com o clube vai até 2015.
Depois do entrevero em solo argentino, os uniformizados alegaram que a revolta aconteceu porque, antes da derrota para o Tigre (ARG) por 1 a 0, o camisa 10 acenou com a genitália para as arquibancadas do Estádio José Dellagiovanna.
O chileno admitiu que fez o gesto. No entanto, só agiu dessa maneira porque Zeca Urubu, integrante da uniformizada, proferiu xingamentos ("vagabundo" e cachaceiro") assim que o jogador entrou em campo para se aquecer. Zeca já brigou com João Vitor (2011), Fabinho Capixaba (neste ano) e também agrediu um bandeirinha na Libertadores de 2001.
- Quando entrei no campo pro aquecimento, já logo fui xingado por um torcedor, sabemos quem é, vocês também sabem. Ouvi só a voz dele. Cometi um erro a responder a esse torcedor e acho que os outros que estavam lá acharam que foi generalizado. Quero lembrar que fui muitas vezes hostilizado, xingado, vaiados, pelos torcedores da Mancha em vários jogos e nunca, mesmo jogando, respondi a eles ou fiz alguma declaração contra eles. Toda vez que aconteceu isso da torcida me xingar nos jogos, sempre meu discurso era de que um dia eles iriam voltar a me apoiar e que sou muito grato a toda a torcida do Palmeiras. Não é só a Mancha, tem milhões de torcedores e sigo agradecendo esses que me apoiam - declarou o meia, antes de prosseguir com os esclarecimentos.
- Meu problema não foi com a Mancha, foi contra uma pessoa que, assim que fui ao campo, começou a me xingar. Cometi o erro de responder com gestos, mas quero deixar claro que não é contra a torcida Mancha Verde, por tudo o que já vivi durante os jogos. Já aconteceu de eu ser xingado e o resto do estádio me apoiar e eu não falei nada. Depois do jogo de quarta me perguntaram o que eu achava das vaias e em momento algum generalizei minha chateação pelo que aconteceu em geral. Mas sim contra uma pessoa que já teve problemas com outros jogadores, inclusive de briga. Espero que o erro de ter respondido ou as minhas palavras sejam bem canalizadas pelas pessoas. Vim aqui para esclarecer e dizer que nunca generalizei. Mas o que aconteceu no dia seguinte, até hoje estou triste, porque não é bom para o clube que eles apoiam, o mundo inteiro ficou sabendo (da briga).
Valdivia admitiu que ficou assustado com a atitude da Mancha no saguão de embarque em Buenos Aires (ARG), mas afirma não ter vontade de deixar o clube. Ele citou a permanência no Brasil após o sequestro em junho do ano passado como exemplo do carinho que sente pelo Palmeiras.
- Minha decisão de ficar aqui não passa pelo que aconteceu, já superei e dei mostras o quanto gosta do clube de estar aqui depois do sequestro. Forcei minha família a voltar (do Chile) pra permanecer tranquilo aqui com eles. O que aconteceu ontem não muda a minha decisão de ficar aqui. Não muda o carinho que sinto pelo clube, meu respeito pelos torcedores.
- Recebi muito apoio da grande torcida do Palmeiras, mais de 13 milhões de palmeirenses, e esse apoio me motiva a continuar aqui, ano que vem é o centenário (do Palmeiras), quero ficar como jogador centenário, tirar o Palmeiras da Série B, fazer com que a gente ganhe algum título esse ano. É claro que você para pra pensar se é o momento de sair, mas esse momento está longe ainda, pelo carinho dos outros torcedores que têm ajudado bastante.