A linhagem de goleiros estrangeiros no Inter é antiga, mas pouco extensa. Iniciada em 1914 com o uruguaio Julio Paixão, tem em Sergio Rochet apenas o oitavo nome na lista.
Paixão não enfrentou o Grêmio nos seus tempos na Chácara dos Eucaliptos, o estádio colorado na época. Seu conterrâneo Rizzo, em 1937, foi o responsável por dar a espalmada inicial de porteros colorados em clássicos, na derrota por 4 a 3 daquele ano, sua única escalação diante do Grêmio.
Do octeto, o de carreira mais destacada com a camisa do Inter foi José de La Cruz Benitez Santa Cruz. Foram 21 duelos contra o Grêmio, entre 1977 e 1983. Antes de desembarcar em Porto Alegre, Benítez vivenciou a rivalidade entre Olimpia, clube que defendeu em sua terra natal, e Cerro Porteño, maior rivalidade do futebol do Paraguai. Ele comenta como é ser um estrangeiro no meio da tensão do clássico gaúcho.
— Disputar um Gre-Nal é o máximo. É um sonho jogar no futebol brasileiro. O Inter tem um goleiro de grande qualidade. Rochet tem provado que é um grande goleiro — opina o campeão brasileiro invicto em 1979.
A lista ainda conta com o uruguaio La Paz, o paraguaio Gato Fernandez, campeão da Copa do Brasil de 1992, e os argentinos Goycochea e Pato Abbondanzieri, campeão da Libertadores de 2010.
Apesar dos 31 anos e uma Copa do Mundo no currículo, Rochet não empilha tantos clássicos assim em sua carreira com a camisa de clubes. Pelo Nacional foram nove partidas diante do Peñarol. Depois passou pelo AZ Alkmaar, da Holanda, e Sivasspor, da Turquia, clubes sem grandes rivalidades.
Desde o ano passado no Beira-Rio, Rochet disputará no sábado apenas o seu segundo Gre-Nal. Estreou em clássicos na vitória por 3 a 2 no Brasileirão do ano passado.
— Os clássicos são um campeonato à parte. Ganhar um Gre-Nal significa muito para nós — disse Rochet antes de debutar em outubro passado.
Esta temporada, ficou de fora dos outros dois confrontos contra o Grêmio. Pelo Gauchão, foi ausência devido a uma lesão na região das costelas. No primeiro turno do Brasileirão, estava a serviço da seleção uruguaia no jogo disputado em Coritiba.
Goleiros estrangeiros do Inter
- Julio Paixão (1914 a 1916) - uruguaio
- Rizzo (1937) - uruguaio
- Jorge Américo La Paz (1954 a 1956) - uruguaio
- Benítez (1977 a 1983) - paraguaio
- Gato Fernandez (1991 a 1993) - paraguaio
- Sergio Goycochea (1995 e 1996) - argentino
- Pato Abbondanzieri (2010) - argentino
- Sérgio Rochet (desde 2023) - uruguaio