Os próximos dois finais de semana definirão o campeão do Brasileirão Feminino. Na busca pelo título, o Corinthians, atual bicampeão, e o Inter, atrás da conquista inédita. As equipes abrem a disputa neste domingo (18), às 11h, no Beira-Rio — o check-in já está aberto. O segundo jogo está prevista para o outro sábado (24), às 14h, na Arena do Corinthians.
Para soltar, enfim, o grito de "campeão", o time gaúcho terá de derrotar a equipe das Brabas. Além de bicampeãs do Brasileirão, elas também são as atuais campeãs da Supercopa, do Paulistão e da Libertadores.
— A equipe do Arthur Elias gosta de jogos grandes, é uma equipe mentalmente muito forte, acho que esse é o grande diferencial. Lógico, é um time tecnicamente muito bom também, muito bem treinado, a qualidade em campo é grande, o elenco é bem montado. Mas veja bem, os desfalques da primeira fase são, de grosso modo, os mesmos de agora — complementa Júlia Raya, setorista do Corinthians no portal Meu Timão:
— As lesionadas que voltaram, Gabi Portilho e Gabi Zanotti, não estão 100%. E conseguimos ver uma diferença nítida do Corinthians da fase de pontos corridos e o Corinthians da fase mata-mata. Acho que isso acaba "enganando" um pouco. Mesmo que todos os adversários daqui do Estado tenham noção dessa característica da equipe, muitas pessoas quando veem a ausência de grandes nomes acreditam que será mais fácil encarar o Corinthians, mas o time cresce muito em mata-matas e nas adversidades.
Durante o Brasileirão, o Corinthians acumula 13 vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. Além de 42 gols feitos e 13 sofridos. Nas quartas de final, passaram pelo Real Brasília. Enquanto, nas semis, eliminaram o Palmeiras. Tudo isso, como ressaltado anteriormente, em uma temporada que sofreu com muitas lesões.
— Para essa final, o Arthur ainda deve ter ausências sim. As meninas que se recuperam de LCA seguem fora (Erika, Katiuscia, Kemelli e Ellen), a zagueira Giovanna Campiolo, com lesão no ombro, e a meia Luana, se recuperando de artroscopia, também não devem jogar, pelo menos no primeiro jogo. Em relação aos desfalques dos último jogo, fica a dúvida pela presença da Lia Salazar, que sentiu um desconforto na panturrilha — finaliza.
Fazem a diferença
A atacante Adriana, que acabara de ser campeã da Copa América, é a artilheira da equipe no Brasileirão. São nove gols marcados por ela. A sempre decisiva Gabi Zanotti, com seis, é a vice-artilheira. Além delas, outras gurias também podem chamar a responsabilidade na final.
— Acho que a Gabi Portilho é capaz de ser um grande diferencial na equipe. Mesmo voltando de uma lesão recente, ela é um ponto de apoio muito forte do time. A Portilho é a jogadora que gosta do um contra um, que vai pra cima, que dribla, que aparece pra jogadas em velocidade, que sabe ter presença de área. Ela tem essas características e costuma bagunçar bastante a defesa adversária. Acho que ela vai ser ainda mais importante nesse primeiro jogo porque o Arthur Elias não vai poder contar com a Diany, que vinha sendo improvisada na lateral direita (ela recebeu o terceiro amarelo e cumpre suspensão). As subidas da volante ao ataque vinham rendendo bons frutos nas jogadas em dupla. Agora, sem ela, talvez a Portilho precise chamar um pouco mais da responsabilidade do lado direito do campo.
À frente da equipe desde 2016, o técnico Arthur Elias é um dos diferenciais do Corinthians. Pelo time paulista: a Supercopa do Brasil, o tricampeonato do Brasileirão, da Libertadores e do Paulistão.
— Com certeza, o Arthur Elias é ponto crucial no sucesso desse time. Eu costumo falar que o Arthur tem o elenco nas mãos dele em todos os sentidos possíveis: ele conhece tecnicamente cada jogadora, sabe onde cada uma pode render mais e melhor, entende o que cada uma pode entregar em cada posição quando precisa ter alguém improvisado, e, sobretudo, tem a confiança das atletas — complementa:
— Todos esses anos que o Arthur está no clube também são importantes, um projeto longevo é crucial pra entendimento de jogo, liberdade de trabalho. O Arthur sabe o que pode fazer no Corinthians, são sete anos de clube e com muitas atletas desde o começo ou pelo menos em grande parte do projeto, então ele também já tem esse conhecimento e entrosamento, e aí quem chega, chega pra somar.
O Corinthians também planeja contar com o torcedor para ir em busca de mais um título. Para isso, também querem bater o recorde de público do futebol feminino brasileiro, que já é do clube: 30.077 pessoas na final do Paulistão de 2021.
— A torcida está bastante animada para mais uma vez lotar o estádio pelo futebol feminino. Até surgiu um movimento nas redes sociais, a #InvasãoPorElas, uma campanha iniciada por torcedores pra mobilizar o máximo de gente possível tanto para divulgação quanto para presença, principalmente na partida de volta. O objetivo é bater o recorde de público da modalidade, que já é do clube, com pouco mais de 30 mil torcedores, e levar uns 40 mil para a Neo Química Arena. O mais legal é ver como o próprio clube abraçou a ideia, então se você for nas redes sociais do Corinthians hoje, vai ver que eles aderiram à hashtag pra alavancar a campanha. Tenho certeza que vai ser mais uma partida histórica, com muita festa nas arquibancadas.