Contra o Flamengo, completa-se um turno desde que o Inter mudou de vida no Brasileirão. Era 8 de agosto, um domingo à tardinha, Maracanã ainda vazio quando o time de Diego Aguirre, cheio de desconfiança, teve a atuação para virar referência.
Em uma jornada inspiradíssima de Yuri Alberto, Taison e Daniel, aplicou 4 a 0 e transformou a luta contra o rebaixamento em aspiração à Libertadores. Três meses depois, as equipes se reencontram, às 21h30min deste sábado, no Beira-Rio para encaminharem seus destinos após 34 rodadas. Que são diferentes do campeonato passado, mas ainda assim no alto da tabela.
A essa altura da competição no Brasileirão de 2020, os dois disputavam ponto a ponto pela liderança, e o troféu acabou nas mãos cariocas. Na atual edição, nenhum deles chegou a brigar de fato pelo primeiro lugar, ainda que o Flamengo seja o oponente mais próximo do líder Atlético-MG.
Mas um turno depois daquele encontro, houve mais oscilação no Flamengo do que no Inter. Até porque naquele momento do ano, a equipe estava em um mau momento. Entrou na rodada em 14º lugar apenas três pontos acima da zona de rebaixamento. Com a goleada, ganhou três posições. A partir dali, pegou um elevador e se aproximou do G-6. Nunca mais deixou ao menos as posições vizinhas às de classificação à principal competição continental.
Já o Flamengo não conseguiu se consolidar na briga esperada. Mesmo contratando jogadores badalados, como Andreas Pereira e David Luiz, não chega perto do líder, foi eliminado com goleada da Copa do Brasil com direito a pedido de demissão de Renato Portaluppi e muitas ofensas dos próprios flamenguistas.
O que lhe sustenta é a final da Libertadores, a ser disputada daqui a uma semana, em Montevidéu, diante do Palmeiras. Até por isso, o treinador deve mexer na equipe. As lesões de David Luiz, Bruno Henrique e Arrascaeta deixam um alerta: uma baixa faltando tão pouco tempo para a decisão pode ser irreversível.
Então, na comparação com a equipe que entrou em campo no primeiro turno — bem próxima da ideal, aliás —, a tendência é de que haja mudanças. Naquela partida, atuaram Diego Alves, Isla, Gustavo Henrique, Léo Pereira e Felipe Luís; Willian Arão, Diego, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Neste sábado, é esperado que os dois zagueiros estejam em campo, bem como Arão, Diego e Everton Ribeiro.
No Inter, o time escalado diante do Flamengo foi o que encontrou melhor equilíbrio com Aguirre. Inclusive, não mudou mais desde então. Daniel, Saravia, Bruno Méndez, Cuesta e Paulo Victor; Dourado, Lindoso, Edenilson e Patrick; Taison e Yuri Alberto. Destes, Paulo Victor, que havia substituído o suspenso Moisés, volta ao banco, Lindoso e Taison são dúvidas, ambos se recuperando de lesão. Yuri Alberto, com lesão no pé esquerdo, será desfalque.
— Foi um jogo especial, estávamos muito ligados. Precisamos repetir aquele espírito de luta, aproveitar as chances e estar 100% atentos — disse o meia Patrick aos canais oficiais do Inter.
O desafio é tentar refazer aquele desempenho. Houve lampejos, como o primeiro tempo diante da Chape. Mas a chance de fazer de novo em cima do mesmo Flamengo, com Beira-Rio praticamente lotado é a motivação do sábado à noite.