Principal contratação do Inter para a temporada, o atacante Taison vem sendo utilizado como meia, diferentemente daquele ponta-esquerda veloz que foi campeão da Libertadores em 2010. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ex-técnico do Shakhtar Donetsk, Luís Castro, explicou por que modificou o posicionamento do ídolo colorado na Ucrânia.
— Taison sempre foi explosivo, mas também conduz muito bem a bola, tem ótima qualidade no passe e uma visão de jogo muito boa. Desde que chegou à Europa, ele teve uma evolução no entendimento do jogo e passou a focar mais no coletivo, e não só no individual. Com isso, começou a encontrar mais espaços no corredor central, e não só no corredor lateral — declarou o treinador ao programa Sábado Esporte.
Na sua primeira temporada como técnico do Shakhtar, em 2019/20, Luís Castro utilizava Taison como ponta-esquerda, onde ele tinha bom entrosamento com o lateral-esquerdo Ismailly e o meia Alan Patrick. A mudança de posicionamento ocorreu após Ismailly sofrer uma lesão ligamentar grave.
— Este trio tinha um entendimento perfeito. Mas, com a lesão do Ismailly, perdemos muito. Percebi então que Taison construía bem o jogo e que poderia jogar em qualquer posição. Na dinâmica ofensiva, ele passou a jogar mais por dentro, com Alan Patrick fazendo o vértice mais baixo do triângulo — completa.
Luís Castro considera hoje Taison um jogador polivalente e cita seu entendimento do jogo como uma das qualidades que o atleta mais aprimorou em 11 anos no futebol europeu.
— Os jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa exigem muito dos jogadores na questão estratégica. Então, é importante que jogador saiba pensar o jogo de acordo com cada estratégia. Quando se disputa continuamente essas competições, como foi o caso do Taison, o atleta acaba evoluindo de forma natural. Quando ele entende o jogo, está pronto para jogar em qualquer posição. Taison, hoje, está pronto para tudo — explica.
No final da última temporada, pouco antes de ser liberado para o Inter, Taison acabou tendo um desentendimento com Luís Castro e foi afastado da equipe principal do Shakhtar. Também já sem vínculo com o clube ucraniano, o treinador prefere não dar detalhes sobre o episódio.
—Foi um pequeno problema, mas que já passou. Não interessa mais falar sobre isso. O que interessa é o presente. O que importa é que Taison esta bem, o Shakhtar está bem e eu, como treinador, estou bem. O que interessa é que está tudo resolvido. Taison é um amigo a quem desejo muita sorte — finaliza.