A primeira derrota em casa no Brasileirão, a possibilidade de perder vaga até mesmo no G-6, novas reclamações sobre prejuízos via VAR, e dois desfalques importantes para enfrentar o Bahia, no sábado, em Salvador. Tudo isso foi sentido pelo Inter ao perder no Beira-Rio por 1 a 0 para o Vasco. Caso o Bahia vença o Ceará, na Fonte Nova, nesta segunda-feira, o Inter cairá para a sétima posição.
E, no fim de semana, sem Patrick e D'Alessandro, ambos suspensos, a equipe terá pela frente um adversário direto à vaga na Libertadores. O Colorado foi derrotado pelo Vasco no turno e no returno.
Para enfrentar a equipe de Roger Machado, o interino Ricardo Colbachini vai montar o plano de jogo, naquela que poderá ser a sua despedida, uma vez que a direção do Inter poderá anunciar um técnico-tampão para encerrar o ano, e preparar a chegada do argentino Eduardo Coudet, em janeiro — ou até mesmo o desembarque do argentino, bem antes de janeiro.
Rodrigo Caetano, o diretor-executivo do Inter, porém, não foi definitivo e seguiu protelando uma resposta quanto à permanência de Colbachini até o fim do ano. Sempre há um condicional nos argumentos dos dirigentes colorados porque não podem confirmar o acerto com Coudet para janeiro — quando o treinador argentino ainda estará sob contrato com o Racing, e precisará rompê-lo).
— Todos vocês sabem os movimentos que fizemos (para contratar Eduardo Coudet, e já tê-lo ainda na atual temporada). Sempre buscamos um substituto que pudesse vir agora, não foi possível, nesse momento. Colbachini está técnico interino, não significa que não possa ficar até o fim do ano. Respeitamos a ansiedade dos torcedores, mas nem tudo a gente pode tornar público porque alguns movimentos requerem um pouco de estratégia. Ele segue como interino, e vai planejar o jogo com o Bahia, mas, caso aconteça algum movimento diferente (a contratação do tampão), vocês serão comunicados — disse Caetano.
O dirigente seguiu discorrendo sobre o tema treinador, sem falar absolutamente nada de concreto, negando que a demora no anúncio seja incompetência da direção colorada, e alegando que isso é "critério":
— Nosso movimento foi na tentativa de trazer um técnico para agora, mas estamos estudando, e não dá para descartar a possibilidade de um treinador até dezembro, e que aguardemos a possibilidade para 2020. Temos de ter muito cuidado na escolha, pois a cautela, o critério, eram justamente para não errar duas vezes. Para que não nos arrependamos seis, sete jogos depois. Temos uma semana que permite treinamentos para a recuperação de jogadores desgastados. O Guerrero jogou três partidas de 90 minutos em cinco dias (duas pelo Inter, uma pela seleção peruana).
Depois as evasivas sobre o novo treinador, Caetano respondeu a respeito do VAR — e o gol mal anulado de D'Alessandro, alegadamente por falta de Cuesta sobre o volante Richard.
— O VAR precisa ser rediscutido. Foi disputa normal. É lamentável. A orientação de é que sejam chamados só em caso de erro grotesco. Já tivemos erros em sequência, que custaram oito, nove pontos, por interpretação. Só queremos que seja estabelecido um critério. Por que o VAR foi chamado contra o Vasco, e não foi contra Santos, Flamengo e Cruzeiro? Isso modifica a trajetória de um clube no Campeonato Brasileiro. Vamos buscar junto à CBF os áudios (do VAR com o árbitro) e, se possível, as imagens também — completou o dirigente.
Um dos treinadores sugeridos ao Inter foi o hoje vascaíno Vanderlei Luxemburgo. Antes do jogo, o ídolo colorado Valdomiro Vaz Franco (que foi homenageado pelo Inter, no Beira-Rio) foi questionado sobre Luxemburgo, com quem atuou no Inter dos anos 70. E disse que gostaria de ver o técnico comandando a equipe.
— Valdomiro é meu amigo. Sempre tive vontade de trabalhar aqui. Quando estava no Grêmio, tive proposta para vir para o Inter, mas não poderia só atravessar a rua. O meu objetivo é tirar o Vasco da zona da confusão (do risco de descenso). Se aparecer alguma coisa, vou dizer se continuo ou se posso sair. Mas só se acontecer alguma coisa — respondeu Luxemburgo, alegando não ter recebido proposta da direção colorada.
O Inter abrirá a semana com Colbachini em seu interinato. Talvez ele comande o time diante do Bahia, talvez não. Isso, ao que parece, nem mesmo os dirigentes do clube parecem saber.