Dos 30 jogadores inscritos pelo Inter na primeira lista da Libertadores, 14 ainda não sentiram o gostinho de viver uma noite de Copa. Os outros já disputaram a competição mais importante do continente, seja D'Alessandro, com 72 jogos, que o deixa como sétimo argentino a mais vezes entrar em campo na história, seja Rafael Sobis, o único bicampeão no Beira-Rio e autor de gols em duas finais pelo time gaúcho.
Dentro do grupo dos 14, está William Pottker. Cotado justamente para ocupar um lugar que já foi de D'Alessandro, o atacante que chegou a Porto Alegre em 2017 deve ser titular na estreia colorada, às 19h15min, diante do Palestino, no Estádio San Carlos de Apoquindo. Usuário habitual da camisa 99, ele vestirá a 18 no torneio, já que a Conmebol limita a numeração até o 30.
Além de ser seu debute na Libertadores, será a primeira partida internacional de Pottker, que não chegou a jogar nem Copa Sul-Americana em seus tempos de Ponte Preta. Fora do país, só atuou mesmo como atacante de times de Portugal e Japão. Apesar da pouca experiência nesse tipo de partida, nutre boa expectativa para a noite desta quarta-feira.
— Pottker é um jogador com perfil de Libertadores. É um futebol diferente que se joga nessa competição: um jogo mais viril, de combate, de chegadas mais duras, trombadas, choque. E Pottker pode se sobressair justamente pelo corpo, pelo seu tamanho e pela sua velocidade. Ele gosta desse jogo de contato — destaca o técnico Argel Fucks, que trabalhou com o atacante no Figueirense.
A visão de Argel é compartilhada por Víctor Cuesta. Experiente em Libertadores nos tempos de Arsenal de Sarandí, o zagueiro argentino pediu, inclusive, calma aos companheiros para o compromisso de abertura da fase de grupos:
— Vamos entrar com calma, é só o primeiro jogo. Todos precisam se adaptar, porque é um campeonato diferente.
O Inter terá um grupo que mistura experiência e juventude para brigar pelo tri da Libertadores. E nenhuma dessas características deverá pesar para Odair escalar o time, que está cercado por principalmente dois mistérios: Patrick ou Nonato, D'Alessandro ou Pottker.
— A mescla é fundamental para termos, como opções de escolhas, jogadores que já conquistaram até mais de uma vez a Libertadores e jovens sedentos por isso. Um grupo se forma e se fortalece por características distintas — opina o executivo de futebol colorado, Rodrigo Caetano.
No fim das contas, entre iniciantes e iniciados, um time com pouca experiência deverá começar a partida em Santiago. Somados, Marcelo Lomba, Zeca, Rodrigo Moledo, Cuesta, Iago, Dourado, Edenilson, Patrick, Pottker, Nico López e Pedro Lucas alcançam um total de 51 jogos em Libertadores. É menos do que D'Alessandro, por exemplo.
O Palestino vai criar a casca para o time sonhar com o terceiro título da América.