Alijado do Gauchão ainda nas quartas de final, e assistindo às decisões de todos os Estaduais pela TV, o Inter aproveita o recesso forçado para reajustar a equipe. Na manhã deste sábado de Aleluia, mais de dois mil torcedores foram ao Beira-Rio assistir ao jogo-treino do time de Odair Hellmann contra o Caxias de Luiz Carlos Winck. E eles viram titulares e suplentes colorados com um desempenho sem brilho em um empate de 0 a 0.
Nessa semana, o Inter deverá confirmar a realização de um amistoso, em meio a este período sem calendário oficial. O próximo grande compromisso da equipe será no dia 11, contra o Vitória, em casa, pelo jogo de ida da quarta fase da Copa do Brasil.
Nem mesmo o tempo carrancudo e a chuva espantaram os colorados que, em campo, tinham o Inter vestindo grafite e o Caxias, em azul. Por se tratar de um jogo-treino, e não de um amistoso, ambas as equipes usaram apenas o fardamento de treinamento.
Postado inicialmente num 4-1-4-1, o Inter teve pela frente um adversário que defendia e avançava em bloco. Não raro, o Caxias tinha os 11 jogadores na defesa e, ao atacar, 10 jogadores no campo ofensivo.
O Inter, que disputou a última partida 10 dias atrás (a vitória de 2 a 0 sobre o Grêmio, no Beira-Rio), não chegou a apresentar grandes novidades. Nem de perto parecia o time que derrotou o Grêmio no recente clássico. Erros de passes no meio-campo e falta de infiltração na área obrigavam o ataque colorado a sobreviver de cruzamentos para a área.
Wellington Silva, a novidade entre os titulares, uma vez mais pouco apresentou. Fixado na esquerda, ele perdeu quase todas as disputas para os defensores caxienses, mas foi solidário ao auxiliar Iago na marcação. D'Alessandro, aberto pela direita, pouco conseguiu produzir.
Dos jogadores que disputam posição na equipe, Rodrigo Moledo oscilou. Desde entregar um contra-ataque para o Caxias até salvar um gol com Lomba já vencido. Entre os goleiros, que também brigam pela titularidade, Marcelo Lomba manteve a média de suas boas atuações – evitou um gol olímpico, com uma defesa arrojada –, enquanto que Danilo Fernandes sequer foi relacionado para a partida. Roger não conseguiu aproveitas as ausências de Damião e Pottker para se firmar na equipe. Até tentou buscar jogo fora da área, sem sucesso.
A primeira boa chance do jogo foi do Caxias. Moledo, no meio-campo, tentou dar um balãozinho em Diego Miranda, perdeu a bola e precisou correr desesperadamente atrás do meia do Caxias, que ficou cara a cara com Lomba, e bateu para fora.
Mais interessado no jogo, o Caxias atacava com competência e, no primeiro tempo, criou pelo menos outras três boas chances de gol, além de ter tido um gol de cabeça de Igor anulado por impedimento.
A equipe de Odair Hellmann passou a reagir a partir dos 30 minutos. Uma boa chance surgiu quando D'Alessandro lançou Roger na área. O atacante esticou o pé, mas tocou a bola para fora. Depois, a dupla repetiu o lance. D'Alessandro cobrou falta para a área e Roger desviou de cabeça, obrigando Gledson a uma difícil defesa no chão.
O primeiro tempo chegou ao final com os refletores do estádio ligados e com D'Alessandro e Edenilson trocando empurrões com os jogadores do Caxias.
Na segunda etapa, com o time totalmente modificado, com Uendel na lateral esquerda, e o setor ofensivo a cargo de Marcinho, Rossi e Nico, o Inter apresentou um futebol mais dinâmico do que no primeiro tempo – o Caxias só trocou o goleiro para o reinício do jogo.
Ainda nos momentos iniciais, Nico e Charles quase marcaram. Rossi, entrando em velocidade na área, teve uma terceira boa chance de gol. Apesar do início promissor, os reservas do Inter foram reduzindo o ritmo e pouco criaram a partir dos 15 minutos – mesmo com o Caxias trocando toda a sua equipe titular.
Depois, Odair tentou colocar o Inter novamente na pressão, invertendo Rossi e Marcinho. Rossi foi para a ponta direita, enquanto que Marcinho ficou aberto pela esquerda. Mas nem esta alteração surtiu efeito.
O Inter vai precisar apresentar bem mais para quando voltar às competições oficiais, diante dos baianos. Além do mata-mata com o Vitória pela Copa do Brasil, nos dias 11 (no Beira-Rio) e 19 (no Barradão), a equipe receberá o Bahia em casa, no dia 15, na abertura do Campeonato Brasileiro. O Caxias terá a disputa da Série D a partir de agora.
Ficha
O Inter começou o jogo-treino com: Marcelo Lomba; Ruan (depois Fabinho), Rodrigo Moledo, Victor Cuesta e Iago; Rodrigo Dourado, Edenilson, Patrick, D'Alessandro e Wellington Silva; Roger.
No segundo tempo, o Inter iniciou com: Daniel; Fabinho, Klaus, Thales e Uendel; Charles (depois Ruan), Gabriel Dias, Camilo, Rossi e Marcinho; Nico López
O Caxias começou com: Gledson (depois André); Igor (Cleiton), Júnior (Sales), Jean (Geninho) e Julinho (Vavá); Marabá (Régis), Gilson (Rafael Gava), Diego Miranda (Micael) e Éder (Alex William); Nathan (João Pulo) e Wesley (Daniel Cruz).
Arbitragem: Júlio Neto, auxiliado por Michael Stanislau e Evander Bica
Cartões amarelos: Iago, Roger e Thales (I); Nathan e Vavá (C)
Público: mais de 2 mil torcedores
Os retornos dos lesionados
Tudo indica que, ao retomar o calendário de jogos oficiais, no próximo dia 11, contra o Vitória, no Beira-Rio, o Inter tenha em campo apenas um dos seus três mais famosos lesionados: William Pottker, Danilo Fernandes e Leandro Damião. Do trio, apenas Pottker tem chances de começar o jogo pela Copa do Brasil.
Pottker e Danilo não jogam há 46 dias. Leandro Damião, está de molho há 40 dias. Muito tempo para reivindicarem a titularidade. Pottker, porém, é a necessidade mais premente. O ataque do Inter parou de marcar gols há um bom tempo e o retorno no camisa 99 é um sopro de esperança, e o atacante deverá retomar os treinos mais fortes ainda nos próximos dias. Na contagem regressiva para a partida, é possível que tenha condições mínimas de atuar.
Já Danilo Fernandes, que voltou aos treinos com bola, sequer foi relacionado para o jogo-treino deste sábado com o Caxias. O reserva de Marcelo Lomba (de boa atuação, uma vez mais) foi Daniel. E, para uma partida tão importante como será essa contra o Vitória, Odair Hellmann não vai se arriscar com um goleiro sem ritmo de competição.
Por fim, Damião. Segundo o mais recente boletim médico, o centroavante "apresenta boa evolução em relação à lesão na cervical, passa por reavaliação diária e irá se reintegrar ao grupo em um futuro próximo". Ainda que neste momento Damião não necessite de uma intervenção cirúrgica, o camisa 9 será monitorado durante toda a temporada. Não consegue treinar com bola desde 21 de fevereiro, quando se lesionou, e certamente não reunirá condições para ir a campo contra os baianos.