Nico López, atacante uruguaio do Inter, vive em outro planeta. Em uma espécie de “mundo da lua” próprio. Um lugarzinho onde as coisas fazem sentido apenas para ele, onde as suas ações são explicadas apenas pela sua própria consciência. Nico López vive na Nicolândia, e isso é maravilhoso.
De começo, achei estranho. Cheguei, veja só você, a acreditar que Nico deveria ser banco mesmo na disputa com Eduardo Sasha. Cheguei a defender a escalação do loirinho, excluindo o uruguaio do meu time ideal para o colorado. Não poderia estar mais errado. No mundo paralelo onde Nico vive, ele é um craque. Ele chuta de lugares inusitados, ele acelera jogadas que o senso comum diria para serem acalmadas, ele inverte – por meio de lançamentos de 40 metros – bolas que jogadores medianos recuariam para a defesa.
A coisa é tão curiosa que ele nem sabe direito as regras do esporte que pratica. Contra o Remo, foi expulso e não saiu de campo reclamando do juiz ou xingando alguém. Saiu questionando. Questionando, claro, porque ele, em sua realidade paralela, não entendia o que aconteceu. “Yo tengo dos?! Yo?! Tengo dos?!” perguntava, perplexo, para os auxiliares da arbitragem. Não sabia se tinha mesmo recebido dois cartões amarelos ou não.
Jeito maluco
Nico, se eu pudesse te pedir só uma coisa nessa vida, seria: não sai da tua Nicolândia. Esse teu jeito maluco, esse teu olhar enlouquecido e essas tuas escolhas fora da curva para jogadas comuns são o que fazem de ti o baita jogador que tu és, e agora reconheço isso.