A campanha do Inter na Série B está recheada de momentos surreais. Um deles ocorreu na fria noite de terça-feira, aos 47 minutos do segundo tempo, quando um lançamento para a frente encontrou Joanderson em posição legal. William Pottker, porém, estava em posição de impedimento, mas não participou do lance.
O experiente auxiliar Márcio Eustáquio Santiago (que já foi auxiliar da Fifa) assinalou o impedimento, erguendo a bandeira amarela. O árbitro Igor Junio Benevenuto, porém, mandou o jogo seguir. Os jogadores do Luverdense pararam com a sinalização de Márcio Eustáquio, mas o árbitro não apitou. Joanderson então passou para Pottker, que empurrou a bola para o gol: Inter 1x0 Luverdense.
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Especialistas de arbitragem ouvidos por Zero Hora comentam a respeito do inusitado lance:
Leonardo Gaciba, ex-árbitro e comentarista de arbitragem da Rede Globo
"Foi uma decisão infeliz do auxiliar, que causou uma influência violenta na jogada. Na frieza da regra, o gol é legal. O auxiliar quem provocou a situação. O árbitro foi frio e usou a regra. É algo instintivo para o árbitro. Mas esse lance é algo emblemático. Quando uma ação do auxiliar tem uma influência tão grande na partida, ela não deveria ter sido paralisada. Ele mudou completamente a configuração da jogada. Isso é algo para se pensar no futuro. Não pode ocorrer isso no futebol profissional".
Arnaldo Cezar Coelho, ex-árbitro e comentarista de arbitragem da rede Globo
"O gol do Inter foi válido. Quem tem a responsabilidade de decidir o jogo é o árbitro. O árbitro não apitou e o jogo não foi paralisado em momento algum. O assistente se precipitou. Criou-se um vício no Brasil: se o assistente levanta a bandeira, está marcado. E não é assim. O árbitro interpretou de forma correta. Pottker estava em posição de impedimento, mesmo que corra para a bola e não a toque, ele não está impedido. Foi o que ocorreu. Está tido na lei. Pottker não participa da jogada. O assistente foi precipitado, induzindo os jogadores do Luverdense a pararem. Alguns jogadores do Inter também pararam. A decisão final é sempre do árbitro. O gol do Inter foi legal. O assistente deve ficar escondido no jogo e não virar um personagem, como acontece hoje. Isso é péssimo: assistente é pra ajudar, não para complicar a arbitragem".
Márcio Chagas da Silva, ex-árbitro e comentarista de arbitragem da RBS TV
"O gol foi legal. O bandeira se precipitou, se assustou com o Pottker correndo para a bola. As novas regras da Fifa permitem que o jogador corra para a bola, mas, se ele não interferir no lance e se não impedir que o adversário a toque, o lance é válido. Como foi. O árbitro foi corajoso, teve a sensação da jogada e tomou a decisão correta. A verdade é que o assistente derrubou os jogadores do Luverdense. O jogo só termina quando o árbitro apita. Os jogadores do Luverdense foram ingênuos ao parar sem escutar o apito".
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