Guto Ferreira indicou que Marcelo Cirino ganhará lugar no time titular do Inter que enfrenta o América-MG, às 21h30min de hoje, no Independência, pela sétima rodada da Série B.
O camisa 77 substitui o 7, Nico López. Com Cirino – aberto na direita –, há uma mudança também na posição de Pottker, que vai para o centro do ataque. Carlos segue na esquerda.
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A presença desses jogadores reacende um debate histórico no Rio Grande do Sul: os três atacantes deixam o Inter vulnerável defensivamente? A constância ofensiva compensaria a postura mais "aberta"?
O técnico deu mostras de se preocupar com essa questão. No treino de ontem, insistiu com os jogadores da frente que precisavam recompor quando não estivessem com a bola. A atitude vai ao encontro do que o treinador havia indicado na última entrevista, quando reconheceu que o time precisa fortalecer a defesa. As instruções envolviam posicionamento e iniciativa individual na marcação.
– Guto pediu para ajudar bastante na marcação, porque eles têm um lado esquerdo muito forte. A marcação funciona em conjunto, não é só o setor defensivo. Se a gente não apertar na frente, o time adversário sai com qualidade. Precisamos dificutar – disse Marcelo Cirino.
Para o analista tático Leonardo Miranda, o Inter parte da plataforma tática 4-2-3-1. Isso significa que o time tem como desenho básico do meio-campo uma linha de dois volantes e outra, mais à frente, com três jogadores. Esse posicionamento serve como referência de localização.
– A partir da hora em que a bola rola, há mudanças naturais, tanto de posicionamento defensivo, como duas linhas de quatro jogadores, por exemplo, quanto ofensivo, se prefere triangulações ou bolas longas. Mas o mais importante, quando falamos de tática, é observar o comportamento dentro de uma ideia de futebol – explica.
Por isso, o vazio do meio-campo colorado se explica mais pela atitude individual dos jogadores do que propriamente pelo sistema.
– Atacante, principalmente brasileiro, é criado para pensar só na frente. Então é difícil contar com constante apoio defensivo deles. Acaba sendo mais comum ter um meia e um atacante nessas funções mais abertas. O Caxias, no Gauchão, foi a exceção, tinha dois atacantes nas pontas, mas o Wagner marcava muito, até por ser volante de origem – apontou Ben Hur Pereira, técnico do Novo Hamburgo.
Na questão ofensiva, a centralização de Pottker, que fez diversos gols na Ponte Preta partindo em velocidade e usando sua força física em contra-ataques, é a medida da vez.
– Pottker é um centroavante rápido e forte, facilita para nós, que jogamos nas laterais – afirmou Cirino.
Assim, a opção por Nico no banco talvez seja, de fato, momentânea. Como não teve tempo mais longo para treinamentos, Guto tem optado por adaptar jogadores a um sistema que julgue mais confortável.
– É um trabalho muito inicial ainda, com amostragem pequena. É preciso dar tempo para entender o que Guto Ferreira ainda vai fazer – finalizou Miranda.