O nada esperado dia 13 de maio está finalmente chegando. No próximo sábado, em Londrina, interior do Paraná, o Inter começa a escrever um capítulo importante de sua história. Não há outra opção: é escapar do inferno da Série B o quanto antes, de preferência com tranquilidade. Confesso que não sei muito bem como reagir. É uma novidade e tanto para mim e para todos os colorados.
Acho que o time entrará nervoso nas primeiras rodadas. O Inter é o grande favorito para conquistar a Série B, pois tem o elenco mais caro de todas as equipes da competição e vem de uma trajetória recente de glórias internacionais e vitórias lendárias, como a de 2006 sobre o maior clube do mundo, o Barcelona. Todos os adversários vão nos encarar com um misto de respeito e admiração, e terão gana de nos derrubar. É vitrine. A pressão já está em cima do grupo treinado por Antônio Carlos Zago.
Somado a isso, atuaremos em estádios precários, gramados ruins e condições adversas que não estamos acostumados. A caminhada na Série B não será fácil. É fundamental largar bem, até para mostrar aos rivais que ninguém está de brincadeira e que uma das vagas para o retorno à elite ficará no Beira-Rio. O Inter tem de encarar a Segunda Divisão como uma guerra de sobrevivência.
Não quero ouvir entrevistas lamentando os buracos do campo, a bola murcha e a falta de água no vestiário. Outra vez: o Inter tem de encarar a Segunda Divisão como uma guerra, onde pouco importa as condições adversas. Concentração, foco, união e disciplina serão essenciais neste momento.
A torcida colorada, apesar de mordida, está fechada com o time. No domingo, atrás da goleira do Estádio Centenário onde o Campeonato Gaúcho foi decidido, nos pênaltis, o clima não era de revolta ou terra arrasada com o vice-campeonato. É preciso reconhecer que o futebol não é feito somente de dinheiro. O Novo Hamburgo lutou demais, foi inteligente e eficiente e mereceu ser campeão.
Para nós, afora a frustração de não comemorar o hepta, interessou ver em que nível está a equipe de Zago. E não há dúvidas de que precisa melhorar. Com os reforços de Pottker, Danilo Silva e Gutiérrez, a tendência é que o time encorpe. Não é a qualidade dos jogadores que preocupa no momento, e sim a teimosia do treinador em escalar figuras como Ernando e Anselmo, e a necessidade de ter de ajustar seguidamente a equipe no segundo tempo porque entra mal posicionada nos primeiros 45 minutos.
Esse tipo de leitura equivocada de jogo não pode ser o padrão na Série B. Zago tem de se convencer de que Anselmo e Ernando NÃO PODEM MAIS FARDAR. Zago também precisa definir, sem pestanejar, seus 11 titulares e treiná-los exaustivamente. Os gols de bola aérea que o Inter toma são por flagrantes problemas de posicionamento, que só são consertados em treinos.
É chegada a hora de devolver a dignidade para os milhões de colorados que foram tratados como palhaços em 2016. Nos respeitem e coloquem o Inter de volta à Série A sem batalhas épicas e papelões. Encarem isso como uma guerra e não deem chances ao azar.