A péssima atuação do Inter na derrota por 1 a 0 para o Paysandu tornou incerta a permanência de Antônio Carlos Zago como técnico do time. Após o jogo, o vice de futebol, Roberto Melo, não garantiu que o treinador seguirá comandando a equipe. Vaja, abaixo, a opinião de colunistas do Grupo RBS sobre a situação de Zago.
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No futebol, quando a fronteira do insustentável é ultrapassada, a decisão a tomar fica irreversível. É assim na política também, cada área com suas peculiaridades. Antônio Carlos Zago não foi bancado pelo vice de futebol Roberto Melo depois da derrota com atuação horrorosa em Belém. Uma semana antes, depois dos protestos pelo empate contra o ABC no Beira-Rio, o dirigente foi definitivo e garantiu o treinador. A entrevista vaga e insegura de Roberto Melo quase uma hora depois da partida no sábado valeu como um carimbo da saída do técnico. Eu, particularmente, não gosto deste tipo de medida. Ano passado, o Inter teve 4 técnicos. Caiu. Vai entrar nesta vida?
De outra parte, ainda não há time no Beira-Rio. Zago oscila, já escalou errado e mexeu bem, fez o inverso, se atrapalhou e acertou. Porém, com o elenco disponível, visivelmente melhor do que qualquer dos rivais – no papel –, a campanha colorada é insuficiente. Não pode o Inter ter 4 pontos em 9 enfrentando quem enfrentou. A hora de bancar o treinador por convicção era o sábado. Não aconteceu. Então, é questão de horas. Creio que não estará na casamata contra o Palmeiras quarta-feira pela Copa do Brasil.
Cléber Grabauska: até onde vai o crédito de Zago?
Antônio Carlos Zago está transformando o time do Inter em um amontoado. Os números da campanha da Série B são um reflexo do mau momento colorado. Apontado como favorito ao título, o Inter não consegue sequer um lugar no G-4.
Estamos chegando a junho e não conseguimos definir qual é o padrão de jogo do Inter. O badalado grupo colorado não consegue ser transformando num time competente e competitivo. E isso se viu novamente neste sábado em Belém, quando a equipe foi batida pelo Paysandu por 1 a 0. O resultado foi ruim, a apresentação foi horrorosa e as opções de Zago, terríveis.
Podemos descontar a ausência de D'Alessandro, mas não conseguimos aceitar que o time jogue sem um articulador. E isso não foi culpa exclusiva de Roberson. Foi também de Edenilson, bem abaixo do que costuma jogar, e de Felipe Gutiérrez, que correu para todos os lados e não fez nada.
Colocar Cirino no lugar de Edenilson foi a solução mágica que Zago para começar o segundo tempo. A partir disso, o time voltou a jogar com três atacantes. E depois, quando levou o gol de Fernando Gabriel, entrou Brenner no lugar de Roberson, e o Inter que tinha um meio-campo que não funcionava, passou a jogar com quatro atacantes e nenhuma organização no setor central.
Zago transformou o Inter num mostrengo. A derrota foi justa e a situação começa a preocupar. Uma classificação quarta, na Copa do Brasil, pode acalmar uma crise que se avizinha. Mas na Série B, até agora, a campanha é decepcionante. E o culpado é Antônio Carlos Zago.
*ZHESPORTES