O Inter está à procura de um técnico. Fora do G-4 da Série B, o time demitiu Antônio Carlos Zago e partirá para um novo plano a partir desta semana. Os comentaristas e colunistas do Grupo RBS falam sobre quem deve assumir o comando da equipe para o restante da temporada.
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Diogo Olivier, comentarista da RBS TV e Rádio Gaúcha e colunista de ZH
Entendo que tem de ser um nome afirmado. Aposta é para começo de temporada, com pré-temporada e Gauchão para experiências. Em ano atípico, com junho chegando e no meio de tabela na Série B, o ideal é um técnico que suporte instabilidades pelo currículo. Do contrário, um punhado de resultados insatisfatórios fatalmente provocarão nova demissão. E aí vem o filme do ano passado. O problema é que a maioria dos nomes disponíveis com este perfil está empregada. Dos que não estão, Levir Culpi é ótima alternativa: rodado, experiente, atualizado, taças no currículo e voz de comando. Só não sei se toparia. Guto Ferreira tem a vantagem de conhecer muito o clube, o que reduziria o impacto da troca de comando. Ele mudou de patamar nestes últimos anos, com bons trabalhos na Ponte, Chape e Bahia. Mas nunca pegou um clube grande, já que aquela vez em 2002 no próprio Inter foi como interino. Mas não é um nome ruim, ao contrário. Em suma: o ideal é um cancheiro, mas nem sempre o ideal está ao alcance.
Maurício Saraiva, comentarista da RBS TV e Rádio Gaúcha e colunista de ZH
Entre os nomes citados logo da saída de Zago, Levir Culpi me parece o melhor. Guto Ferreira evolui francamente, mas está empregado. Marcelo Oliveira nunca disputou Série B. Está acostumado a trabalhar com grandes elencos desde o bicampeonato com o Cruzeiro, e depois o título de Copa do Brasil com o Palmeiras. Atrapalhou-se no Atlético-MG. Levir Culpi, neste contexto, é o cara que já subiu dois grandes da B para a A. Experiente, não se abala com crise. Está no mercado e talvez tenha uma cisma com o Inter, já que sua passagem anterior nem durou um mês. A mim, parece a melhor escolha.
David Coimbra, colunista de ZH
O Inter não pode mais fazer apostas. Ou investe em um técnico consagrado ou em um em quem tem total convicção. O Fluminense, quando caiu para a Série C, fez isso: investiu naquele que era um dos principais do país na época, Carlos Alberto Parreira, e se deu bem. O Inter, à falta de um nome desses, terá de se valer da sua convicção. No caso, Guto Ferreira, nome que é bem visto no Beira-Rio.
Leonardo Oliveira, colunista de ZH
Guto Ferreira me parece ser o nome ideal para o Inter neste momento. Por suas simples razões. Primeiro, porque Guto cumpriu com o Bahia uma trajetória semelhante a essa que o Inter precisa cumprir. O panorama era igual. O Bahia, clube de massa, havia investido em um time de Série A para subir e patinava sem força e sem rumo. Segundo, porque Guto é de casa. Conhece o Inter, o ambiente e as pessoas do clube. Há 21 anos, era um técnico promissor da base do São Paulo quando veio para o Inter e deu sequência à sua formação como treinador. Agora, me parece pronto para voltar e assumir o desafio de recolocar o clube nos trilhos que levam de volta à elite.
André Baibich, repórter de ZH
Jogado fora o planejamento do início do ano mais uma vez, o Inter tem de buscar um técnico que, obrigatoriamente, tenha experiência e capacidade de motivar seus jogadores. Em um cenário ideal, de escolha de treinador no início do ano, essas são características importantes, mas secundárias em relação ao conhecimento de futebol. Dos nomes cotados, Levir está mais próximo de unir qualidades de gestor e de "professor". Enquanto injeta ânimo e alivia a pressão nas primeiras rodadas, pode preparar o time para que esteja firme quando passar o efeito anímico inicial da troca de técnico. O único reparo seria uma possível fragilidade defensiva, um problema comum aos últimos trabalhos de Levir.
Cléber Grabauska, comentarista da Rádio Gaúcha
O hepta no Gauchão já era. Na Copa do Brasil, com um técnico interino, a classificação fica muito difícil. Então, o que resta para o Inter em 2017? Só a Série B. Sem um lugar entre os quatro, fica impossível falar em planejamento e em 2018. O Inter precisa de um técnico forte, experiente, que conheça o clube e a Série B.
Dentro desse perfil, meu preferido é Levir Culpi que, além de dois acessos com Botafogo e Atlético-MG, tem condições de montar um time competitivo e dar a esse Inter personalidade. Pois, além de qualidade e estrutura, o grande defeito colorado continua sendo a falta de confiança e de indignação.
O Inter não pode e não tem tempo para fazer uma nova aposta. Precisa de um tiro certeiro. Por isso, descarto Winck e Beto Campos. Dos nomes comentados, Marcelo Oliveira, apesar dos vários títulos recentes, monta times desequilibrados, e o Inter repetiria o mesmo defeito de Zago. Luxemburgo é um nome respeitável, gostaria muito de treinar o Inter, mas saiu da rotina e não consegue realizar trabalhos consistentes. E Guto Ferreira seria uma outra boa opção. Conhece o Inter, mostrou excelente desempenho em times médios como Ponte, Chapecoense e Bahia, conhece a Série B e é o mais emergente dos emergentes. É extremamente competente. A única dúvida que tenho é se ele consegue sacudir o vestiário do Inter imediatamente para superar essa crise crescente do Beira-Rio.