O Inter se classificou. E a forma eletrizante como foi conquistada a vaga encobriu alguns problemas do time em Caxias do Sul. Anselmo, por exemplo, é insuficiente para cumprir as funções que o modelo atual exige de um volante. O lateral-direito Alemão ainda não justificou o investimento. Brenner, embora todo o esforço, parece sentir o peso da camisa de centroavante do Inter.
Todos esses detalhes precisam ser ajustados. Mas é bem melhor e mais tranquilo corrigi-los numa boa onda de vitórias. A atmosfera é positiva no Beira-Rio. O goleiro Keiller, por exemplo, é amostra de que o clube viceja. O surgimento de uma cara nova aponta para o futuro, mostra vivacidade. O Inter sabe que precisa melhorar, que ainda está a meio caminho em seu processo de reconstrução. Não se ilude, reconhece o sufoco passado em Caxias.
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Por isso, considero como melhor frase da tarde de domingo a dita por Marcelo Lomba meio à festa no gramado do Centenário. Perguntado sobre a classificação, o goleiro não salientou a vaga na final apenas. Foi além. Classificou a conquista como um mais um passo importante na retomada do Inter. Assim como o que havia sido dado ao eliminar o Corinthians na Copa do Brasil.
A desconstrução do futebol do Inter foi rápida. Foi catalisada pela infinidade de erros em sequência e se consumou em um ano e meio da gestão de Vitorio Piffero. Talvez um pouco menos. O que o torcedor precisa levar em conta é que a reconstrução exige mais tempo e paciência. É feita em etapas. Despachar o Corinthians no Itaquerão e o Caxias com um a menos e heroísmo de um goleiro de 20 anos ajudam a reforçar o alicerce desse novo Inter. O torcedor só não pode esquecer que falta todo o resto.