O Inter está reforçado para disputar a Série B em 2017: Anderson finalmente foi retirado do elenco e, enquanto não for negociado, vai treinar sozinho. Mérito de Marcelo Medeiros e Antônio Carlos Zago, pessoas sensatas que finalmente ouviram o que a torcida repete há meses: este jogador não pode mais fazer parte do clube, em hipótese alguma.
A saída de Anderson tira um peso que causou muito dano ao elenco colorado em 2016. Displicente, indisciplinado – quantas vezes acima do peso? – e descompromissado, o meia conseguiu levar a torcida colorada ao extremo da irritação no ano passado. Seja por atuações ridículas ou por evidente desprezo pelas cores que vestiu, Anderson não tem mais a mínima condição de fardar.
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Eu ainda dei um desconto para o Anderson em 2015. Acreditei que ele era colorado e que, após temporadas apagadas no Manchester United, poderia retomar a carreira no seu suposto clube do coração. Que baita oportunidade ele recebeu. Mas bastaram algumas semanas para ver como a contratação foi uma furada.
Ok, esse tipo de coisa acontece no futebol. Quantas nabas vestiram a camisa colorada? Incontáveis. O problema é que Anderson não é ruim. Ele é um excelente jogador, que tem uma arrancada diferenciada, sabe pifar os companheiros e possui ótima visão de jogo. De vez em quando até marca gols.
O que passa, então? É que ele não tá nem aí! Nunca esteve, para ser mais preciso. Voltou a Porto Alegre achando que era uma estrela só porque tinha sido banco durante anos do United. Não esboçou a mínima vontade de brilhar no Inter, causou uma série de confusões internas e se acomodou na segurança de um contrato absurdo, que lhe renderá R$ 28 milhões em quatro anos.
Anderson é a cara do naufrágio colorado em 2016. Não por acaso, foi a grande aposta de Vitorio Piffero para substituir D'Alessandro. Imaginem só, Anderson substituindo D'Alessandro! Piffero arriscou nesta contratação, é do jogo. Mas o que se torna incompreensível é oferecer um contrato R$ 7 milhões por ano, durante quatro temporadas. Por quê? No mínimo, estranho.
Piffero poderia ter feito um contrato de dois anos e oferecido um salário de R$ 300 mil. Anderson voltaria com uma Libertadores para disputar e boas perspectivas de ir bem ao lado de Nilmar, Aránguiz, D'Alessandro e Valdívia. Se não aceitasse, o problema seria só dele. Opções de mercado não faltavam ao Inter.
Para completar a comédia tragicômica de 2016, foi justamente Anderson o jogador alçado para a missão de salvar o clube na reta final do Campeonato Brasileiro. Fernando Carvalho queimou um pouco mais sua biografia ao apostar todas as fichas num cara que não tinha mais absolutamente nada a dar. Anderson sugou o que pôde e agora, na real, não está nem aí de treinar em separado. E nós não estamos nem aí para ele. Apesar do rombo financeiro que ainda resta, a sua ausência do vestiário é um ótimo prognóstico para 2017. Foi mais do que tarde.