Nesta segunda-feira, a partir das 20h, os 342 conselheiros do Inter começarão a decidir os rumos da sucessão de Vitorio Piffero. O situacionista Pedro Affatato, além dos oposicionistas José Amarante e Marcelo Medeiros disputarão a preferência do Conselho Deliberativo. Para que um deles seja eleito em primeiro turno, sem a participação dos 80 mil associados com direito ao voto, precisará contar com mais de 85% da preferência dos conselheiros. A tendência, porém, é que as duas candidaturas mais votadas avancem ao segundo turno, no pátio, em 10 de dezembro.
Pedro Affatato, 55 anos, integrante do movimento União Colorada, atual 1° vice-presidente e vice de finanças do Inter, é o candidato pela Chapa 1:
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Se eleito, o que o senhor fará de diferente da atual gestão?
É fundamental que o Inter mude o modelo de gestão do futebol. Esse modelo, que foi instalado em 2002 e que foi vencedor até 2010, mostra sinais de desgaste. Desde 2010 estamos passando por muitas dificuldades no futebol. Um clube que tem esse patrimônio todo, com um orçamento de mais 100 milhões de euros ao ano (mais de R$ 353 milhões), cujo 70% desse valor vai para o futebol, não pode ser gerido por apenas duas pessoas: o presidente e o vice de futebol. Está ultrapassado, desgastado. E este é o desafio: fazer uma gestão compartilhada. Não importa saber quem será o vice de futebol. Primeiro, é preciso nomear o Conselho de Gestão, aí, sim, trabalhar com um só processo. Tenho o novo organograma pronto, mas vou usá-lo na hora certa. O Conselho de Gestão é quem definirá o vice de futebol.
Esse posicionamento é um mea culpa?
Não é mea culpa, é apenas um modelo que se instaurou no clube há anos, mas que está ultrapassado. É preciso ampliar o leque, dar oportunidades a outras pessoas. Só quem faz parte do clã é que pode? Desde 2002, todos os vice de futebol são ligados a um só movimento político: o MIG (Movimento Inter Grande, que teve Fernando Carvalho e Vitorio Piffero entre seus fundadores). Quem não faz parte, está fora. Eu estou no clube desde 2003 e nunca tive chances no futebol.
A eleição no pátio ocorrerá seis dias depois do Brasileirão. O senhor teme ser julgado pelo eleitor por aquilo que ocorrer em campo até lá?
Não acredito nisso. Tenho história no clube. Conheço todos os caminhos do clube e estou tendo coragem para falar sobre modelo de gestão, sobre esse poder imperialista do presidente, que tem de mudar. Não quero dizer que não tenho responsabilidade, mas até onde o Affatato teve chances de participar do futebol, onde só o presidente decide? É para reflexão: será que se não sou do clã, não posso participar? Agora, o candidato que tem a preferência é do MIG (Marcelo Medeiros) e o seu vice de futebol também (Roberto Melo).
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