Está simbolizada no rosto de Márcio Marchezan a violência no estacionamento do Beira-Rio após a derrota do Inter para o Palmeiras. Sócio do clube, ele saiu de Alegrete com a mulher, Daiane Krempachi, e com o filho Gabriel, percorreu quase 500 quilômetros para ir ao estádio. Passava pelo local em que torcedores protestavam contra jogadores e direção no exato momento em que seguranças e policiais militares, para impedir a manifestação, agrediram outros torcedores.
Márcio foi atingido na têmpora por um integrante do Pelotão de Operações Especiais (POE). Sangrando muito, precisou de atendimento médico.
– Eu só estava ali parado. Não sou de torcida organizada, não estava protestando. Só passei e fui agredido pelo brigadiano – disse.
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A confusão começou após a partida, quando torcedores irritados com o mau momento do time protestaram contra jogadores e direção. Seguranças e policiais foram acionados para conter a confusão, mas iniciaram uma briga que culminou com pelo menos um ferido.
A manifestação, que começou em frente à saída da área VIP, tinha cerca de cem torcedores. Depois de gritar contra direção e jogadores, o grupo partiu para o edifício garagem, onde os alvos de sua ira estacionam seus carros.
Com a ameaça de confusão, o Pelotão de Operações Especiais (POE) foi chamado. Os policiais faziam um cordão para impedir a aproximação de torcedores e jogadores – que passavam escoltados pelos seguranças privados. A cada passagem de atletas, os gritos aumentavam. Foram arremessadas pipocas nos veículos de alguns.
Após Valdívia entrar em seu carro e sair, começou a briga mais séria. Houve agressões e um extintor de incêndio foi disparado para dispersar o bolo.
Em seguida, porém, a confusão recomeçou. Desta vez, com mais gravidade. Na pancadaria, o sócio do Inter Márcio Marchezan, que veio de Alegrete para assistir à partida com a mulher, Daiane Krempachi, e com o filho Gabriel, foi atingido na cabeça.
Neste momento, a polícia atirou spray de pimenta contra os torcedores. Mais correria e briga, e pelo menos um torcedor acabou detido. Com a informação de que todos os jogadores e dirigentes haviam saído do estádio, o público dispersou.
Perguntado sobre o protesto dos torcedores, o vice de futebol do Inter, Carlos Pellegrini tangenciou:
– Temos que entender que é um começo de trabalho. A hora é de dar confiança ao Falcão e aos grupo de jogadores – disse, sem comentar a manifestação.
Os jogadores não passaram pela zona mista. Segundo a assessoria de imprensa do Inter, foi uma orientação dos seguranças, que queriam todos saindo juntos para facilitar o controle.
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