Em 2007, o lateral e zagueiro Marcão, recém-contratado pelo Inter, foi pego no doping pelo uso de finasterida, um remédio que combate a queda de cabelo. O ex-colorado acabou punido, em agosto daquele ano, após uma partida contra o Juventude pelo Brasileirão.
Marcão foi defendido por Rogério Pastl, o mesmo advogado que cuida do caso de Nilton e Wellington Martins. Pegou 120 dias de suspensão no STJD, mas cumpriu pouco mais da metade da pena: o tribunal reverteu os últimos 58 dias em cestas básicas.
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Como um jogador recebe uma notícia desta importância?
Na hora que eu li sobre a notícia (do Nilton e Wellington Martins) parece que veio na memória tudo o que eu passei. Eu tomava por conta o remédio para queda de cabelo, mas sempre relatava na súmula que usava. Um dia, deu positivo: doping. Eu sei de mim, sei o que faço, mas a pessoa ao meu lado, não.
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Houve algum tipo de pré-julgamento entre teus companheiros ou o clube?
A primeira coisa que pensam é "ele usa droga". Mas doping não é, necessariamente, droga. Eu tomava um remédio para queda de cabelo, que tinha uma substância que mascara o uso de algum entorpecente. Não tenho nada a reclamar. Tive o apoio da diretoria do Inter, da minha família. Mas, no primeiro instante, você fica sem direção, não sabe como lidar com a situação.
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E o que você fez no período em que ficou suspenso?
Construímos a defesa com os advogados do Inter, e eu fui treinar. Coloquei na cabeça que estaria bem para quando fosse absolvido estivesse pronto para jogar. Mas daí o julgamento era adiado e, quando vi, já estava sem jogar há 45 dias. Eu treinava em horário que não era o meu, não era o do grupo. É um momento difícil para o jogador. Não tinha como treinar tatica ou tecnicamente. O Abel não ia tirar alguém apto a jogar para me colocar no trabalho, no coletivo. Duvido que alguém tenha treinado a parte física tanto quanto eu.
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Você ficou marcado pela situação?
A torcida adversária, claro, pegava no pé. Mas a do Inter foi incrível. Me lembro que eu estava voltando do julgamento no Rio de Janeiro, chegamos a Porto Alegre e tinha torcedor no aeroporto para me apoiar. Para mim contou muito esse apoio.
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