Não havia mais os barulhentos e exultantes torcedores de amarelos no Estádio Universitário, os técnicos e dirigentes já haviam comentado o 3 a 1 do Tigres sobre o Inter, e os brasileiros já tinham ido para o ônibus que os levou ao hotel antes do retorno a Porto Alegre. Aí Rafael Sobis saiu com os filhos Rafael e Nicolas e concedeu uma entrevista com o espírito leve e desarmado: "É o meu trabalho. Eu peço desculpas", disse, em relação à torcida que acabara de eliminar na Copa Libertadores.
Como está o seu momento no Tigres?
Vivo um momento mágico na minha vida, na minha carreira. As coisas foram muito difíceis pra mim no ano passado e nesse clareou de uma forma que eu não imaginava. Eu vim para o México, queira ou não, você tem informação, tem conhecimento, mas você não sabe como funciona e não sabe como vai ser, porque é outro país. Deu tudo certo. Uma felicidade imensa. O que eu estou vivendo é mágico. O clube também. O Gignac, o Aquino, chegaram jogando bem, todos muitos queridos pela torcida.
Desclassificar o Inter chega a bater fundo?
Doi, dói. Por mais que as pessoas estejam me xingando agora, me vendo como a pessoa filha da p..., dói. Porque eu preferia eliminar outro time. O destino é assim. Eu defendo outras cores, como o Inter fez de tudo para vencer a gente, a torcida lá fez de tudo para incentivar o Inter.
Você tem alguma mágoa da torcida?
Nenhuma, nenhuma. Tudo que acontece nos jogos, faz parte. Eu jogo contra, é mais do que normal é reação assim, é o futebol. Espero que entendam.
Vovê quer mandar dizer algo para a torcida?
É difícil falar agora. Por mais que doa, sigo sendo colorado, é o time do meu coração. Talvez muitos achem que eu dei a vida contra, mas não. Quem me conhece sabe que eu sou assim na minha profissão. Infelizmente foi o Inter. Alguém tinha que sair. Poderia ser eu. A vida segue. Peço desculpa. Eu estou defendendo o meu lado.
O Inter poderia ser tri. Agora é você que pode ser.
O River é uma pedreira. Falta muito. Os dois times do mesmo grupo (na fase classificatória da Libertadores, com dois empates). É um time que veio de pouquinho e hoje está numa confiança grande. Mas eu tenho uma chance única. O que eu posso ganhar com esse título é algo absurdo. A primeira para o México, a primeira para o Tigres, minha terceira vez, e em um clube de outro país. E, agora, tudo acontecendo em seis meses. O que pode acontecer comigo é muito grande, e eu vou trabalhar muito para ser campeão.
Qual é a diferença entre Tigres e Inter?
Cada time ganhou uma. Nós tínhamos a confiança de ter feito um gol lá e de ter jogado bem, depois de ter vindo de pré-temporada com cinco trocas no time. Aqui, fizemos o jogo perfeito. Eu prefiro olhar pelo lado do meu time. Jogamos muito bem. Qualquer outra equipe iria sofrer com o que a gente jogou hoje (quarta). Na verdade, podíamos ter feito mais. Sensação de dever cumprido.
Por que Monterrey, a cidade ou o clube?
Quando cheguei, peguei o inverno. A cidade se parece com Porto Alegre, tem os dois climas bem acentuados. Mas é uma cidade muito boa. Não tenho uma vírgula do que reclamar. Desde que cheguei, tudo aconteceu muito bem.
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