Brasil-Pel e Inter não mereciam atuar no Estádio Aldo Dapuzzo. A praça de esportes de Rio Grande não tem condições de abrigar uma partida de semifinal de Gauchão. É antiga, superada, insegura. É um perigo. É um atentado ao torcedor.
O Aldo Dapuzzo é um estádio clássico do futebol, mas precisa de uma reforma urgente. A organização do jogo pagou o primeiro grande mico de 2015. Será batizada como o grande fiasco do Gauchão. As consequências poderiam ter sido terríveis.
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A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) errou ao oferecer condições de jogo. A BM vacilou em concordar. As direções do clube foram atrás. Em nome de uma rivalidade com o Xavante, ridícula neste ponto, a direção do Pelotas não cedeu o Estádio Boca do Lobo para abrigar a decisão. Futebol profissional não se faz assim. A organização do jogo lembrou um bando de amadores.
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A torcida, muito mal acomodada, sentiu na pele a precariedade do estádio e a irresponsabilidade da BM e dos dirigentes. Era possível arrancar pedaços da arquibancada. Os nacos de tijolos se transformaram em mísseis. Voaram. Os vândalos vestidos com camisas de torcedores ganharam as armas que desejavam e agiram como os delinquentes de sempre.
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A BM apareceu em seguida. Prendeu torcedores. Uma menina sentiu os efeitos dos sprays de pimenta. Foi socorrida pelos médicos. Usou uma ambulância para ir ao hospital. Feridos precisaram de atendimento especial. Tudo ficou paralisado durante mais de 40 minutos. No final, a luz dos vestiários sumiu.
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No campo de jogo, a grama nivelou as equipes. O Inter perdeu a qualidade técnica. O Brasil-Pel acelerou o ritmo. A bola voou por todos os lados. Ficou mais no ar do que na grama irregular. O jogo foi mais de erros do que de acertos. Faltou criatividade, sobrou força. A partida, sempre truncada, sem ritmo, tirou torcedores de frente da TV.
Com outro time misto, com dois volantes marcadores e qualidade na armação e nas jogadas ofensivas, o Inter fez um gol no primeiro tempo. O adversário, de pênalti, empatou no segundo. O time de Pelotas é inferior ao Novo Hamburgo e ao Cruzeiro. Não deve superar o dono do Beira-Rio, não alcançará a final, apesar de ser um time bravo e lutador.
O árbitro Anderson Daronco teve uma atuação impecável. Não há o que reclamar.
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Opinião
Luiz Zini Pires: semifinal do Gauchão foi um atentado contra o torcedor
Luiz Zini Pires
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