O assunto da segunda-feira (25) no noticiário do Grêmio não poderia ser outro: a venda de Tetê para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Na entrevista coletiva após a vitória tricolor diante do Veranópolis, o técnico Renato Portaluppi mostrou-se descontente com a pressão externa para que o atleta de 19 anos fosse alçado aos profissionais.
— Jogador da base só vai jogar no profissional quando ele tiver condições de jogar no profissional do Grêmio. Não adianta empresário vir aqui tumultuar. O jogador vai estar no profissional do Grêmio quando eu observar que ele está dando conta nos jogos lá de baixo. O jogador da base tem que fazer por onde. Não é porque o jogador foi na Seleção que ele tem que jogar. Comigo não é assim. Pra mim, não quer dizer nada. No grito, "ah, só vou jogar se estiver no profissional do Grêmio", não vai colar nunca — disse o técnico gremista, que complementou:
— Então, boa viagem. Sem problema algum.
Renato foi enfático ao dizer que aprovou a transação do garoto ao futebol europeu. Segundo ele, foi um bom negócio para o clube e para o jogador.
— Eu apoiei a venda. Hoje em dia não tem um clube no Brasil que não faria. De repente um jogador, que nem profissional é, recebe uma oferta dessa, tem que fazer negócio. O Grêmio agiu muito bem. Foi bom para o jogador e para o clube. Essas coisas não pode pensar duas vezes não, até porque o clube depende sempre da venda de um ou outro jogador — afirmou o comandante.
O vice-presidente de futebol do Grêmio, Duda Kroeff, ao contrário de Renato, evitou polêmica ao falar sobre o assunto. Ele afirmou que o atleta deixou o clube "numa boa", diante da proposta irrecusável dos europeus.
— Não tem nada a ver. A proposta foi irrecusável, fosse qual fosse o jogador na mesma condição. Ele saiu numa boa. Ouvi declarações dele dizendo que quer voltar e "dar títulos para o Imortal", palavras dele. O que o Renato disse é que não vai chamar ninguém por insistência do empresário ou da família ou do próprio jogador. Só isso que ele quis deixar bem claro. Não foi por isso que o Tetê foi vendido, foi vendido porque a proposta foi muito boa — garantiu o dirigente.
O valor da venda de Tetê é de 10 milhões de euros (cerca de R$ 43 milhões) por 45% dos direitos econômicos. O atacante e seu empresário, Pablo Bueno, ficam com 40%, e outros 15% continuarão com o Grêmio em caso de uma futura venda.