O futuro do Olímpico ficará nas mãos da Caixa Econômica Federal. A área do estádio, que será entregue pelo Grêmio à OAS em troca da gestão da Arena, será repassada ao fundo de investimentos Karagounis, administrado pelo banco.
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A instituição pretende reaver os R$ 380 milhões adiantados à empreiteira para a construção das torres comerciais e residenciais previstas para o terreno da Azenha. Ocorre que a OAS, enfraquecida pelas denúncias da Operação Lava-Jato, já não tem capacidade financeira para implodir o Olímpico e construir um complexo no seu lugar.
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Em processo de recuperação judicial (situação semelhante à concordata, em que a empresa pressionada por dívidas ganha proteção contra a cobrança de credores), a empreiteira aceitou entregar o estádio à Caixa. O banco deverá levar o projeto adiante para recuperar o empréstimo à OAS com o valor de venda previsto para o empreendimento, que, segundo analistas de mercado consultados por ZH, pode chegar a R$ 1,8 bilhão.
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Para garantir que receberá a área do Olímpico, a Caixa participou diretamente das negociações sobre a compra da gestão da Arena. Até porque a posse do terreno na Azenha ainda é do Grêmio. Foi o instrumento de barganha utilizado pelo ex-presidente Fábio Koff para convencer a empreiteira a vender o controle do estádio no Humaitá ao clube. Além disso, a frágil situação financeira da OAS contribuiu para o acordo, selado há duas semanas.
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A compra da Arena agora está na fase de redação do contrato, etapa que deve ser concluída em dezembro. Depois, a documentação ainda será aprovada pelo Conselho Deliberativo, antes da assinatura. Na operação, o Grêmio pagará R$ 384 milhões em 19 anos para ter o controle de seu novo estádio.
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Nos primeiros sete anos, serão 84 parcelas mensais de R$ 2 milhões para quitar o financiamento para a construção da Arena, tomado junto ao BNDES, devidas aos bancos repassadores Banrisul, Santander e Banco do Brasil. Nos 12 anos seguintes, serão 144 parcelas mensais de R$ 1,5 milhão que irão diretamente para os cofres da OAS. Até pelo sigilo do negócio, o presidente Romildo Bolzan Jr. evita falar sobre o futuro do Olímpico.
- É uma situação negocial que não posso comentar. Quem tem de responder sobre isso é a OAS e a Caixa - afirmou Bolzan.
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A empreiteira, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não se manifestará oficialmente sobre o caso. A Caixa também não enviou seu posicionamento a ZH até o fechamento desta edição.
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Novo dono
Após "troca de chaves" com Grêmio, OAS entregará o Olímpico à Caixa
Área do estádio será repassada ao banco para quitar dívida da construtora
Adriano de Carvalho
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