Grêmio faz queixa formal contra a CBF por remarcação de jogo frente ao Cruzeiro para o Mineirão

Já conformado com a decisão da CBF de ter remarcado o jogo contra o Cruzeiro para o Mineirão, dia 10, o Grêmio irá se limitar a manifestar, por escrito, o seu repúdio à decisão adotada pela entidade.

Na tarde desta sexta-feira, o clube envia documento oficial a CBF, lamentando o descumprimento da decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). No texto, irá alegar que a posição é prejudicial a todos os participantes do Brasileirão.

Dia 24 de outubro, o STJD puniu o Cruzeiro com a perda do mando de campo por uma partida, por tumultos provocados por seus torcedores em jogo contra o Atlético-MG. A punição seria cumprida em 10 de novembro, frente ao Grêmio. Na quinta-feira, a CBF desconsiderou essa decisão e remarcou a partida para o Mineirão.

O Grêmio suspeita que o Cruzeiro tenha iniciado a venda de ingressos para a partida imediatamente após conhecer a decisão do Tribunal. Desta forma, produziu o fato consumado que justificou a intervenção da CBF. Para justificar a volta do jogo para o Mineirão, a entidade alega que 23 mil ingressos já haviam sido comercializados quando o STJD retirou o mando do clube mineiro.

O que incomoda o presidente Fábio Koff é o fato de a CBF ter cedido à pressão dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PDT-MG). Segundo ele, trata-se de algo "muito estranho".

- A lei deve prevalecer, deve ser cumprida. Só pode ser modificada por outra decisão. E já era a última instância. Uma decisão judicial não pode ser invalidada ou alterada por ordem da CBF ou de quem quer que tenha dado a ordem - criticou Koff.

O dirigente lembra que o Grêmio já teve que cumprir perda de mando de campo. Foi na primeira rodada, quando enfrentou o Náutico no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, e não na Arena. Na ocasião, o clube havia sido punido por tumultos verificados ainda no Olímpico, no Gre-Nal válido pela última rodada do Brasileirão de 2012.

- Este é um fato que abala toda a estrutura dessas rodadas decisivas. Onde está a independência dos poderes? Se é lei, tem que ser cumprida. O Grêmio é parte interessada e não foi consultado. Não pode virar bagunça - reclama Koff.