Ele roubou a cena na festa promovida por D'Alessandro, no jogo beneficente Lance de Craque, no domingo à tardinha. Em meio a estrelas como Palermo, Sorín, Ruben Paz e tantos outros, o melhor em campo, eleito pelo próprio capitão do Inter, foi Sandro Sotilli. O ídolo de diversas torcidas do Interior, principalmente Glória e Pelotas, maior artilheiro do Gauchão no século, marcou dois gols, celebrou com dancinha de bailão e fez a alegria dos torcedores. Depois, conversou com ZH.
Com 11 gols, D'Ale e amigos fazem festa na segunda edição do Lance de Craque
Em meia hora, entraste e fizeste dois gols...
Meia hora nada, foi em 15 minutos.
Quinze minutos.
Na verdade, o Falcão me disse: "Sandro, entra e faz um gol". Aí entrei e fiz dois. Olhei para ele e falei: "Ah, professor! E agora?" Vai dar um nó na cabeça dele. Ah, mas brincadeiras à parte, foi bacana participar de uma causa tão nobre, estar no meio dessas feras internacionais. Me sinto realizado. Eu, que sou muito ligado ao Interior, ao nosso Rio Grande do Sul, poder participar deste tipo de evento e, ao mesmo tempo, fazer dois gols, que foram a minha marca ao longo da trajetória como profissional.
Sentes saudade da torcida gritando teu nome?
Foi bacana, gratificante a torcida toda. Quando deu o pênalti, e o D'Ale, com a humildade toda, disse pra eu bater, foi muito bacana. Queira ou não queira, eu sou uma marca, eu sou uma lenda no futebol do Interior, principalmente, e as pessoas reconhecem isso. Que continue assim, eu podendo fazer parte de eventos assim, sendo carinhoso com o torcedor. O bom do futebol é deixar uma história bonita, um legado. Eu acho que fiz a minha parte.
Vem aí o Gauchão. O que espera do campeonato?
Sinto saudade de jogar o Gauchão. Até brinco que a cabeça quer, mas o corpo não aguenta. É gostoso acompanhar, vocês que fazem a cobertura, eu que sigo as notícias. É uma pena ser tão curto. Os clubes estão se estruturando, mas é difícil. Como é um campeonato muito apertado, fica difícil organizar. Acho que deveria ser mais longo, no mínimo seis meses, até para os profissionais terem mais tempo de contrato. É uma pena ser assim, mas, mesmo assim, acho que os clubes do Interior vêm forte. Reconheço que é difícil tirar o título da dupla Gre-Nal.
Tu estás acompanhando esta polêmica em Pelotas, envolvendo o aluguel da Boca do Lobo ao Brasil-Pel, que ainda não tem lugar para jogar. Qual tua opinião sobre essa situação? Pode ter uma parceria entre esses dois rivais da cidade?
É uma situação delicada. Se pensasse só no lado financeiro, deveria alugar. Mas tem todo aquele lado do sentimento do torcedor, de o adversário vir jogar na tua casa. Acho que é bastante complicado. Reforço: se fosse só o lado financeiro, deveria alugar. Afinal, quem não gosta de dinheiro? Mas vou ser sincero: prefiro ficar de fora desse assunto, deixar para a diretoria resolver.
Não te incomodaria ver o Brasil fazer gols na "tua" goleira?
(risos) É um pouco complicado, o estádio vai estar lotado, é uma coisa que atrapalha um pouco. Mas pelo lado financeiro pode ser importante. Melhor deixar para a diretoria mesmo, eles são qualificados, experientes, e estão por dentro. Vão saber o que fazer.