A Copa da Austrália e da Nova Zelândia em 2023 será àquela com maior participação da arbitragem brasileira na história. Em campo, a paranaense Edina Alves Batista e a catarinense Neuza Inês Back vão para o segundo mundial consecutivo. Elas terão a companhia de duas estreantes: a assistente goiana Leila Moreira da Cruz, e a sul-mato-grossense, árbitra de vídeo, Daiane Carolina Muniz dos Santos.
Edina e Neuza atuaram em 2019, na França. Trabalharam em quatro jogos, sendo dois na fase de grupos, um nas oitavas e a semifinal entre Inglaterra e Estados Unidos.
Na atuação em campo, farão parte do quadro de arbitragem feminino, 33 árbitras e 55 auxiliares. Apenas no VAR haverá a atuação de homens, com 13 representantes das 19 vagas. Entre as seis mulheres, Daiane Muniz dos Santos. Aos 35 anos, ela estreia em Copas e vai fazer história. Neste Mundial, será a primeira vez que a tecnologia de vídeo contará com a presença de árbitras.
Cláudia Guedes: a pioneira
Na primeira Copa, em 1991, apenas uma brasileira esteve na China. A carioca Cláudia de Vasconcellos Guedes atuou como assistente na competição. Trabalhou na partida de abertura, entre China 4x0 Noruega, em outro confronto da fase de grupos, em China 2x2 Dinamarca e no duelo das quartas entre China 0x1 Suécia.
Mas a Fifa surpreendeu com uma medida tomada em Guangzhou na reta final da Copa: Cláudia apitaria a disputa do terceiro lugar, entre Suécia e Alemanha. Com ela, duas auxiliares: a neozelandesa Linda May Black e a chinesa Xiudi Zuo. Foi a primeira mulher a apitar um jogo de Copa do Mundo da Fifa. Depois disso, a carioca ainda atuou nos Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA), em 1996.
Ana Bia Batista e Maria Edilene Siqueira: a primeira dupla
Quatro anos mais tarde, na Copa da Suécia, o Brasil teve chamada a primeira dupla de mulheres para trabalhar no Mundial. A pernambucana Maria Edilene Siqueira foi convocada como árbitra, enquanto Ana Bia Batista foi assistente. As duas atuaram em duas partidas diferentes, sempre na fase de grupos. Não estiveram num mesmo jogo. Maria Edilene apitou Noruega 7x0 Canadá e China 4x2 Austrália. Ana Bia foi bandeirinha em dois jogos dos Estados Unidos: 3x3 China e 2x0 Dinamarca.
Maria Edilene Siqueira, Ana Bia Batista e Cleidy Mary Ribeiro: um trio completo
Em 1999, a Fifa decidiu que só mulheres atuariam na arbitragem de campo: 32 árbitras e assistentes dos cinco continentes estiveram no torneio. A dupla brasileira, que fez bonito em 1995 ganhou o reforço de uma catarinense quatro anos depois, na primeira Copa sediada pelos Estados Unidos.
A assistente Cleidy Mari Ribeiro se uniu a Maria Edilene e a Ana Bia, e formou o primeiro trio de arbitragem feminino do Brasil em um Mundial. Novamente, a Fifa optou por mesclar as nacionalidades e as três não trabalharam juntas. Apenas em uma partida, Maria Edilene Siqueira apitou com Cleidy de bandeirinha: Japão 1x1 Canadá. Depois, sem a parceria das brasileiras, a árbitra esteve em Nigéria 2x0 Dinamarca.
Ana Bia Batista representou o Brasil sozinha em Coreia do Norte 3x1 Dinamarca e Japão 0x5 Rússia, enquanto Cleidy foi assistente em China 7x0 Gana e Estados Unidos 3x0 Coreia do Norte.
Sueli Tortura, Cleidy Mary Ribeiro e Marlei Leite da Silva: enfim um trabalho em equipe
Na quarta Copa do Mundo Feminina da história, sediada outra vez nos Estados Unidos, enfim o Brasil teve um trio completo de arbitragem atuando junto. Em Alemanha 3x0 Japão e Estados Unidos 3x0 Coreia do Norte, três brasileiras foram responsáveis pelo cumprimento das leis do jogo.
Como árbitra, a paranaense Sueli Tortura e nas bandeirinhas, a catarinense Cleidy Mary Ribeiro, em seu segundo Mundial, e a mineira Marlei Leite da Silva, estreando em Copas.
Ausências lamentadas
Por duas Copas seguidas, o Brasil ficou sem representantes na arbitragem. Tanto na China, em 2007, quanto na Alemanha, em 2011, as brasileiras que ostentavam os escudos da Fifa à época, não foram selecionadas.
Da Conmebol, foram chamadas a colombiana Adriana Corrêa, como árbitra, e a equatoriana Rosa Canales, como assistente, em 2007; a uruguaia Estela Álvarez e a peruana Silvia Reyes, como árbitras, e a uruguaia Mariana Corbo, a peruana Marlene Leyton, a argentina Maria Eugenia Rocco e a venezuelana Yoli García, como assistentes, em 2011.
Janette Mara Arcanjo: a volta tímida no Canadá
Depois de 12 anos, o Brasil voltou a ter uma representante da arbitragem na Copa do Mundo do Canadá, em 2015. A mineira Janette Mara Arcanjo foi chamada como assistente. E foi a única do país convocada pela Fifa. No Mundial, atuou em apenas uma partida, com a colombiana Yeimy Martinez apitando, a vitória da China sobre a Holanda por 1 a 0.
Edina Alves Batista, Neuza Inês Back e Tatiane Sacilotti: a retomada em grande estilo
Dezesseis anos depois, a arbitragem feminina do Brasil reconquistava seu espaço na Copa do Mundo. Na França, em 2019, um trio brasileiro não só foi chamado como atuou completo em quatro partidas, sendo duas da fase de grupos, uma das oitavas de final e uma semifinal.
A paranaense Edina Alves Batista, a catarinense Neuza Inês Back e a paulista Tatiane Sacilotti deram um verdadeiro show no apito e nas bandeiras. Atuaram em China 0x0 Espanha, Nova Zelândia 0x1 Holanda, Itália 2x0 China (oitavas) e Inglaterra 1x2 Estados Unidos (semifinal).
Edina Alves Batista, Neuza Inês Back, Leila Cruz e Daiane Muniz dos Santos: a vez do quarteto
Edina e Neuza vão para a segunda Copa consecutiva. Leila e Daiane são estreantes, em funções diferentes. Leila será assistente de campo. E Daiane será uma das seis mulheres que pela primeira vez estarão no VAR em uma Copa do Mundo Feminina.