O jogo decisivo contra o Uruguai, nesta sexta (2), tem sabor de revanche para Gana. Na coletiva oficial pré-jogo, nesta quinta (1) os jornalistas ganeses fizeram questionamentos incisivos a respeito da polêmica "mão na bola" de Luis Suárez na polêmica partida válida pelas quartas de final da Copa de 2010. Presente na entrevista, o atacante disse não sentir culpa pela forma como evitou a eliminação da sua equipe no Mundial da África do Sul.
— Eu de fato toquei com a mão na bola, mas foi o jogador de Gana que perdeu o pênalti, não eu. Logo, não acho que eu deva pedir desculpas — disse Suárez.
Na Copa de 2010, Gana ficou muito perto de ser o primeiro time africano a se classificar para as semifinais de um Mundial. Nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, quando o jogo estava empatado por 1 a 1, o atacante Dominic Adiyiah superou o goleiro Muslera e estava prestes a marcar o gol da vitória. Porém, Luis Suárez, evitou o gol colocando a mão na bola antes de ela cruzar a linha.
Na ocasião, o árbitro português Olegário Benquerença imediatamente assinalou pênalti para Gana e expulsou Suárez pela infração. O problema é que o atacante ganês Asamoah Gyan desperdiçou a penalidade, e o jogo terminou empatado. Na sequência, na disputa por pênaltis, os uruguaios venceram por 4 a 2, colocando um ponto final no sonho africano.
Após a partida, Suárez sofreu críticas por uma suposta falta de fair play ao deliberadamente colocar a mão na bola. Na coletiva oficial desta quinta (1), um jornalista de Gana disse ao atacante que ele era considerado um "diabo" no país e perguntou se ele gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir desculpas ao povo ganês. Em tom educado, o jogador disse que não iria se desculpar.
— Talvez eu devesse pedir desculpas se eu tivesse lesionado algum jogador adversário. Mas, naquela situação, o árbitro me expulsou e marcou o pênalti. Agora, converter o pênalti não era a minha responsabilidade. Logo, não foi culpa minha — disse Suárez.
O atacante também negou que a partida desta sexta (2) seja uma revanche.
— Outro dia jogamos contra Portugal e ninguém falou em "revanche" porque os eliminamos em 2018. Não podemos viver com as coisas do passado e pensar em revanches — completou.
Já o técnico Diego Alonso foi perguntado por outro jornalista ganês se, caso ocorresse um episódio similar no jogo desta sexta (2), ele orientaria os seus atletas a tomarem a mesma atitude que Luís Suárez. O treinador tergiversou.
— Todas as partidas são histórias distintas. Não considero que haja uma situação similar a esta que ocorreu. Vamos focar em fazer uma boa partida e em sermos melhores que a equipe adversária. Se formos melhores, teremos várias oportunidades de conquistar os três pontos e a classificação — declarou Alonso.
Na lanterna do Grupo H, com um ponto, o Uruguai não depende apenas de si para conquistar a vaga na próxima fase. Para avançar às oitavas de final, a Celeste precisa vencer Gana, nesta sexta-feira (2), às 12h (horário de Brasília) e ainda torcer para a Coreia do Sul não vencer Portugal, em jogo que ocorre no mesmo horário.