O sol e o calor intenso, de mais de 30 graus, registrados nesta sexta-feira (9) em Porto Alegre afastaram o público que foi à orla do Guaíba assistir à derrota do Brasil, nos pênaltis, pela Copa do Mundo. Diferentemente de outros jogos, em que a área principal ficou lotada, dessa vez era possível ver vários espaços vazios.
Os torcedores que foram ao local vibraram a cada lance, como se estivessem no estádio, no Catar. Quando Neymar marcou contra a Croácia, já na prorrogação, a torcida se abraçou, vibrou e jogou cervejas e refrigerantes para o alto. Mas não deu: assim que o Brasil errou o último pênalti e foi desclassificado, a maioria deixou o local, em poucos minutos.
— Como a gente não ganhou esse jogo? Tava ganho! Faltavam alguns minutos. Agora vou ter que ver vôlei, basquete…desisti do futebol — lamentou o estudante Richard Corrêa, 19 anos.
Encostado em uma grade, o cozinheiro Juan Franco, 25, olhava incrédulo para o espaço esvaziado após o jogo:
— Foi uma boa performance, mas o Brasil tomou um sufoco legal. Dava para ter evitado esse gol. Não estou nem acreditando. Agora o jeito vai ser torcer para a França.
Sentadas na arquibancada, as amigas Chemile Santos, 25, e Iara Crepaldi, 42, dançavam ao ritmo da música que tocava após a partida.
— Fazer o quê, né? O jeito é se divertir, já que não deu para ganhar o jogo — brincou Chemile.
Segundo a organização, cerca de 2 mil pessoas - tanto na pista quanto no camarote - compareceram à Arena do Torcedor, que fica próxima à Usina do Gasômetro. As duas áreas somadas têm espaço para até 8 mil.
Muitas pessoas chegaram ao longo do primeiro tempo, mas, ainda assim, o espaço não lotou. Na área principal, muitos torcedores tentavam se abrigar nas poucas áreas de sombra, e outros, parados em frente ao telão, assistiam ao jogo no sol. A entrada no local era gratuita, mas era preciso fazer um registro prévio pela internet.
O casal Mônica Gomes, 32, e José Ilário Gomes, 23, saiu de São Leopoldo para acompanhar o jogo na Orla. Os dois trouxeram o filho José, de um ano e três meses, que vestia camiseta da seleção brasileira. Cerca de 15 minutos antes da partida, eles procuravam um espaço com sombra para assistir ao jogo.
— Estávamos de folga hoje e decidimos vir. Está muito quente, não esperávamos que estaria tanto. Mas a estrutura está muito legal — contou Mônica.
No camarote, que é coberto, o movimento também foi inferior a outras partidas. No entanto, a brisa no local conseguia amenizar um pouco o calorão. Nesta área, os ingressos variam entre R$ 60 e R$ 600.
Após a partida, há atrações musicais para quem permanece no local. Nesta sexta, os shows são do DJ Saulit, DJ Johnny 420, PH Original e Highlab. Com o Brasil desclassificado, a Arena do Torcedor não terá novas edições.