A Argentina goleou a Croácia por 3 a 0 nesta terça-feira (13), no Estádio de Lusail, e se garantiu como a primeira finalista da Copa do Mundo. Depois de eliminar o Brasil, os europeus encontraram um adversário com uma estratégia bem definida para bloquear o meio-campo e aproveitar os espaços deixados na defesa para as transições ofensivas.
O técnico Lionel Scaloni manteve sua rotina de mudanças e escalou a Argentina com a sexta formação diferente na Copa do Mundo. O treinador desmanchou o sistema com três zagueiros utilizado diante da Holanda. Além da volta da linha de quatro na defesa, Scaloni optou por um meio-campo reforçado diante de uma Croácia que teve a mesma escalação usada contra o Brasil. Com a entrada de Paredes, a Argentina passou a jogar no 4-4-2 tendo quatro meio-campistas de origem desde o início de uma partida pela primeira vez neste Mundial.
O meio-campo argentino se postou em linha tendo De Paul pela direita, Paredes e Enzo Fernández por dentro e Mac Allister pela esquerda. Como De Paul e Mac Allister precisavam cuidar das subidas dos laterais croatas, coube a Julián Álvarez a marcação no primeiro volante Brozovic. Assim, a Argentina passava a ter um quinto meio-campista com Messi mais livre de trabalhos sem a bola.
Menos posse e ataques rápidos
Apesar de contar com um meio-campo reforçado e com jogadores de bom passe no setor, a Argentina não procurou ter o controle da posse de bola, que foi da Croácia. O maior mérito argentino foi ter paciência para suportar os primeiros 20 minutos de maior controle croata. Após isso, a Argentina passou a adiantar sua marcação, o que fez o jogo ter alternância nas ações. Foi nesse momento que Enzo Fernández aproveitou um descuido na marcação croata para lançar Julián Álvarez às costas da defesa.
O pênati cometido pelo goleiro Livakovic no atacante foi convertido por Messi aos 33 minutos e deixou a situação ainda mais confortável para os sul-americanos. A Croácia se abriu em busca do empate, e Julián Álvarez conduziu sozinho por mais de 50 metros para fazer o 2 a 0 antes do intervalo.
Equipe com segunda maior média de posse da Copa do Mundo — atrás apenas da Espanha —, a Argentina terminou o primeiro tempo com apenas 38% de posse, resultado da estratégia de Scaloni que optou por abrir mão de ter a bola como forma de explorar fragilidades da Croácia. Foram cinco finalizações, quatro delas no gol. A Croácia chegou a chutar quatro vezes na etapa inicial, nenhuma no alvo. O craque Lionel Messi revelou na coletiva pós-jogo essa ideia passada pela comissão técnica.
— Temos uma comissão técnica competente que nos passa tudo. Sabíamos que o forte deles é ter muita posse, mas que poderia ser uma fortaleza nossa quando recuperássemos. Eles ficam um pouco descoordenados quando perdem a bola, deixam espaço — disse Messi na entrevista oficial concedida por ter sido escolhido o melhor da partida.
Aos 16 minutos do segundo tempo, Scaloni sacou o meio-campista Paredes e promoveu a entrada do zagueiro Lisandro Martínez voltando a formar uma linha de cinco defensores. Messi fez uma jogada magistral e deu a assistência para Álvarez marcar o 3 a 0.
Principal nome da Croácia contra o Brasil, Modric teve uma atuação discreta nesta terça-feira e acabou substituído a 10 minutos do fim do tempo regulamentar. A Argentina avançou para a final com goleada em uma partida na qual Scaloni mudou o estilo do seu time para se adaptar ao rival.